sexta-feira, 9 de outubro de 2015

CRITÉRIOS!


9 de outubro de 2015
Que o brasileiro é estreito no pensar, que é machista no agir, que é estereotipado na imitação, tudo isso já sabemos. Mas o que nos leva a isso?
Bem, tirando que a mulher brasileira no geral e principalmente para o Brasil-Europeu só veio começar a pensar em ser independente, a ter algum direito, depois de muito tempo, ainda hoje, quem posa para revista masculina e acha que é um ato de rebeldia e de feminismo, é paulista, gaúcha, paranaense e catarinense, justamente, onde a mulher sempre foi submissa ao homem e os conceitos religiosos ainda são muito arraigados, o que as faz crer que ser mulher de verdade, é se expor aos desejos, principalmente lascivos de uns homenzinhos de bosta.
Mas o que era atraso, virou regra. Tudo o que era atrasado, virou um sonho de consumo por ora. De repente a garota do Norte, acostumada a dividir decisões, desde a escola primária com os homens, a fazer sexo por necessidade própria, acha lindo, ser submissa ao seu “homem”, porque a gaúcha que só agora faz sexo por que quer e deu uma alcunha de sexo casual, o que do Rio até Roraima, isto sempre se chamou sexo normal, prega que é novidade.
Ainda hoje se muda o nome ao casar, o que eu acho, um atraso tão graaaaaaaaande! Não tem nada de bonitinho, tem muito atrasado, o que revela uma dona completamente extemporânea.
A garota era conhecida como Chica da Silva, de repente casa com um pilantra, vira Chica da Silva de Roscoporov. De repente todo mundo só conhece a Chica de Roscoporov, a da Silva morre. O pilantra vai embora, ela pede o divórcio, tem uma dificuldade em mudar de novo de sobrenome. Por fim, a Chiquinha perde sua identidade. Criou toda uma história como Da Silva, depois jogou tudo fora, recomeçou como De Roscoporov, descasou, jogou de novo, tudo fora e até quando, vai recomeçar tendo um perfil próprio? Nunca, porque se acostumou a ser submissa ao seu “macho”, como se estivéssemos falando com mulher da Idade Média ainda.
O que nos levou a um regresso tão expressivo, com as pessoas achando que progresso, é só acessar o Whats APP e ter página no Face Book, mas ainda ter ciúmes – oh coisinha mais atrasada Senhor -, matar mulher por ter sido traído, querer as praias do Rio, só com Gente Zona Sul, essas coisas que ninguém diz, mas nos acompanha como pulga em pelo de cachorro, mesmo que tanto um, quanto a outra, sejam invisíveis a quem não vai além da imagem do topo?
Advogados administrando, as sulistas, como formadoras de opinião, umas igrejas comandadas por pilantras, vigaristas e ignorantes, de repente o Brasil deu uma guinada para trás que parece que estamos voltando no tempo, mas antes até do “Descobrimento”. O problema nem vai ser a ditadura desse pessoal, mas uma Neo-inquisição, onde quem não acreditar em Deus, não pensar igual, vai para a Fogueira Santa, com as bênçãos do Bispo Macedo e outros “intelectuais” do Pai Eterno.
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Dia desses estava lendo que filhos de mães profissionais liberais, têm uma relação com mulher, muito diferente de filhos de mães “do lar”. Não gosto do termo doméstica, pois me parece um objeto de decoração, quando muitas vezes, mesmo em casa, as mulheres trabalham até mais do que seus “lindos” maridos. A relação até consigo, dos filhos dessas mulheres que trabalham fora, é melhor do que dos filhos das “do lar”.
Se tomarmos como exemplo Dona Dolores que criou 4 filhos, dentre eles, Seu Clóvis, podemos fazer ideia de como a mulher “do lar”, pode ser até mais machista do que muito homens evangélicos na atual conjuntura do Congresso Nacional.
Os filhos de Dona Dolores foram treinados a serem os homens que colocavam o dinheiro em casa, única função do macho no seio da família, mesmo que algumas de suas esposas trabalhassem e dividissem as despesas.  
Dona Therezinha dizia que Seu Clóvis só vestia camisa branca, preta, no máximo, bege – ai! Estou beeeeege! – quando se casaram. Não saíam de um estereótipo, formado pela mãe. A sexualidade estava na cor da camisa, no estilo da calça etc.
Talvez, por muitas mães ainda serem “do lar”, passarem esses conceitos arcaicos e caindo aos pedaços, como corretos e verdade absoluta, o Brasil não consiga ir muito longe e de vez em quando regrida a níveis impensáveis a alguém lúcido.
Ainda se tem conceitos tão arraigados, de pessoas que tiveram oportunidade de sair deste mundo ultrapassado.
Ainda vejo crianças, falando que Fulana é galinha, por ela ser sexualmente ativa, seguindo o conceito do Papa Gregório Magno, uma bicha safada, de séculos atrás que definiu a mulher virtuosa cristã, como a Virgem e a mulher pecadora, a Madalena por ser independente, até mais inteligente do que muitos que seguiam o Salvador. É como o João Paulo II que definiu o José Maria de Balaguer, como o exemplo do bom cristão,virtuoso e cheio de capacidades e depois se descobriu que a peça fazia orgias enormes, com garotos de programa e regadas por drogas, onde o virtuoso católico engolia os michés com a boquinha e o pó, com o narizinho.
-Opus Dei! Ops, dei também. O que não vão falar de mim irmãos em Cristo?
Como diria o Paulo Silvino, desde quando cobria os bailes de carnaval, com a Neide Aparecida, no Rio dos anos de 1960.
-Aquilo era uma bichooooona! Viciada e descarada!
Imagina uma igreja que prega o que está nas Escrituras e a Bíblia é a própria fonte de todos os preconceitos, racismos, sexismos possíveis e imagináveis, com um exemplo desses, vai todo mundo que seguir, para o Inferno!  
Eu mesmo vejo ainda, gente achar que quem toca piano é viado, como se a sexualidade estivesse no banquinho onde se senta. Só que não se usa mais o banquinho no piano, e um banquinho ainda menor, é usado na bateria. Então, se isso denota sexualidade, sou gay, gay, gay. Mas nunca dei o toba, e gosto de mulher, nunca tive arrepios por nenhum homem, mas no dia que tiver, e houver correspondência, eu vou ver como é. O problema é dar o rabo, mas se eu gostar, foda-se! Só tenho dois temores, cagar no pau do bofe e me estrepar todo na estrovenga. Como dizia o Beto sobre uma amiga nossa que segundo ele, na hora do bola-gato, ela já enfiava o dedinho no boga, de leve, para estimular a sexualidade masculina.
- Opa, parou! O problema é se eu gostar, vais ficar sem mim!
Eu sou gay, por ter tocado piano ainda no banquinho de rodar e bateria, no banquinho até menor. Mas um gay sapatão!
Isso sim, é atraso, é algo tão atávico que chega a dar vergonha!
Ao invés de irmos adiante, ficamos remoendo certas práticas  nocivas até.
A Cargill não faz propaganda, dizendo para comparar qual o melhor arroz? Prova para ver. Vais virar cobaia e ajudar a transformar o mundo em uma pobreza tanto natural, quanto econômica.
Mas o problema é que nunca temos critérios para nada.
Precisamos de critérios.
De repente Juquix Di Farias, vira celebridade, todo mundo fala, fala, fala nele, recebe comendas, recebe títulos, mas quem conhece, sabe que é uma bosta. Por que de repente certas pessoas sem nada a acrescentar, viram quase unanimidade?
De repente Juquix, era o Juca que virou viado e namora o Diretor de Redação do Jornal Mundial. Pronto, o namorado, sabendo da falta de capacidade total do bofe, fala, fala, fala, até que seu nome esteja na boca do povo. de repente ele virar celebridade e muita gente, por isso, acredita que ele é muito bem informado, é um pensador pós-moderno.
É como dizia Seu Clóvis, para quem não tem um destino certo, qualquer porto é chegada.
É o Brasil com a falta de critérios.
Por exemplo, o Tribunal de Contas do Estado do Amazonas, deu medalha para o Sinistro Marco Aurélio Mello. Quais os critérios que de repente o Sinistro vive recebendo Título de Amazonense, de Manauara, disso e daquilo?
São as eternas dívidas pessoais que os governantes empenham o Estado para pagar seus credores, como o Programa Ronda no Bairro que por dívida de jogo ilegal, a Segurança Pública do Amazonas ficou nas mãos do Carlinhos Cachoeira.
O próprio TCE é uma excrescência. O filho do ex-Senador Bernardo Cabral que não sabia nem onde ficava o Amazonas, virou Conselheiro. O primo do Collour e do Sinistro Marco Aurélio que por mais de uma década, atuou como “defensor” do Amazonas em Brasília, cargo que até a Pepita Rodrigues, por muito tempo, sustentou a família, porque era amiga da Primeira Dama do Mestrinho, quem nunca viera ao Amazonas, nem de passagem, por cima; virou Conselheiro também, do TCE, um cargo vitalício, prorrogado para depois dos 70 anos de idade, com gente sem compromisso senão, consigo e seus aliados e pelo visto, trazendo conceitos de suas regiões, bem distantes da realidade local.
Esses que vivem de exercer o tráfico de influência em relação aos seus, é que tanto falam em ética e outras palavras da moda.
Que critérios são esses de se dar visibilidade a gente, muitas vezes, sem nenhuma capacidade que acaba influenciando quem pensa que esses, pensam?
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Tempo desses, na Globo, lógico, alguém citava o Ayrton Senna, como o maior desportista brasileiro.
Sabe, de vez em quando se vai discutir e o beócio cita alguém da Globo, como forma de dizer que é inteligente.
Eu já disse que na GloboNews, a correspondente na França, depois de uma moreninha bonitinha, uma branquinha sem sal, sem graça, falava que a Democracia, a Democracia, corria perigo, é a melhor forma de governo, é única, quando na verdade queria dizer Capitalismo. Mas aí eu reputo, não a falta de critérios, mas uma maneira de confundir o consumidor. Eu que não sou da Globo, sei que a democracia nasceu na Grécia Antiga no Século V a.C., e o Capitalismo, na Revolução Francesa, muito d.C.. Deveria ser critério para demitir por justa causa. Mas como eu digo, não é burrice, é uma imposição ideológica, ela ficou. Algumas confusões, na verdade não o são, apenas uma maneira de introjetar nas pessoas, um ponto de vista, uma ideologia, sem que as pessoas se deem conta.
Mas alguém dizia na Globo que o maior desportista brasileiro de todos os tempos, foi o Senna. O Bonner, “grande” cientista, não disse dia desses, que o maior cientista do mundo, de todos os tempos, foi o Einstein? Todo mundo coloca o que bem entende, sem estudar a verdade. Uma empresa como a Globo, é mais poderosa do que um míssil russo, ou estadunidense, caindo “sem querer" no Hospital do Médicos Sem Fronteira, ou em território iraniano. Se bem usada, faz até mais estragos.
Se for por causa dos títulos na Fórmula 1, o Chico Landi foi quem abriu espaço para todos os outros. O Emerson, foi quem primeiro colocou o Brasil no podium. E venceu tanto dois campeonatos na F1, quanto na Indy. Se for por números, o Senna tem tanto quanto o Piquet, são tricampeões, mas o Vetel é tetra, o Juan Manuel Fangio, penta, o Schumacher, aquele que o Galvão – aquele mesmo, Professor de Educação Física, envolvido no escândalo FIFA-CBF-Rede Globo - chamava de queixudo de tudo que denegrisse a imagem no início da carreira, é hexa. Então, querendo ou não o maior piloto de F1, determinado por campeonatos vencidos, é o queixudo alemão. Indiscutivelmente.
Mas se olharmos para a realidade, o maior desportista brasileiro de todos os tempos, é o Pelé. Foi considerado o Maior Desportista do Século. Mas de novo, os conceitos que ninguém tem coragem de dizer de cara, mas muito arraigados, agem diante de nossos olhos, para fazer escolhas, até intrigantes.
É o puro racismo. Pelé é preto, Senna foi branco, Pelé nasceu nas classes humildes, Senna sempre representou o ideal burguês nacional, arrivista e individualista e por bom tempo, foi a imagem desportiva do Governo Collour, o Presidente representante dos Usineiros e da Media Nacional. Garoto Zona Sul Rio 40°C.
Antes de Senna, têm muitos outros nomes. Nomes de esportes, onde se representa o país, não na F1, onde se representa a si e os patrocinadores. Quais os critérios para escolher esse e não aquele? Sabemos, está na cara, é racismo, é preconceito, é discriminação, é até luta de classes. Imagina a Maria da Penha, do Alto Rio Negro, representar a Mulher Brasileira. Chama a Gisele Bündchen, sem bunda, sem nádegas que se relacione ao gosto nacional, pronto!
A criminalidade no Amazonas está avassaladora, depois que o Governador Mello fez acordo com os policias da PM, com o crime organizado, com todo mundo para se eleger.
Até como uma questão de cumprir o acordo, a Segurança Pública está fazendo o papel da Polícia Federal de combate ao narcotráfico, enquanto o cidadão é relegado a último plano. Só se combatem as drogas, como se a criminalidade só existisse por causa das drogas, não por questão de uns poucos terem muito e muitos outros, terem mixaria.
Como o Governador Mello se notabilizou por ser bajulador, única grande capacidade, depois que atuou como dedo-duro na Ditadura, ainda tem aquele ranço de que o empresariado é tudo. Tudo de bom e do melhor.
A periferia vítima de toda sorte de crime, enquanto a Secretaria de Segurança Pública faz um grande ato. As câmeras do centro de operações vão ser interligadas às câmeras das empresas privadas. E a media alardeia como grandes coisas. Que maravilha!
Ou seja, mais gente para ficar ligada na segurança patrimonial, enquanto o público que se lasque.
Mas aí, quando acontece um crime de repercussão, o jornal A Crítica, como órgão oficial, e não informativo e independente, coloca nas manchetes policiais: “TEM PASSAGEM. LIGAÇÃO COM O TRÁFICO!” Fecha assunto, ninguém vai querer investigar se realmente é verdade ou não, o órgão oficial já disse, até as injustiças ficam relegadas ao esquecimento.
Voltamos a pensar que o empresariado é digno, é escrupuloso, é ético, é inteligente, é até um enviado de Deus para um mundo tão árido que com suas ações, vai trazer felicidade.
Tudo está se voltando à iniciativa privada. O Minha Casa Minha Vida tem de acabar, porque está atrapalhando as metas do setor de construção privado. É tudo assim, como se o econômico, de novo, estivesse acima das questões sociais e políticas.
- O empresariado não gosta... As empresas vão ter dificuldade... O mercado não vai lucrar.
Não se discute colocando o cidadão, a maioria, o país, como critério principal, é sempre a partir da visão empresarial, das classes abastadas. Até parece que o Brasil é um país de bilionários, os que vivem na linha da pobreza extrema, é uma minoria que está onde está, porque quer. Sempre se deu oportunidades a todos, só não aproveitou quem não quis. É o que fica subentendido nas entrelinhas desses discursos primários.
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Em pleno 2015, fim de ano, as pessoas estão mais racistas, homofóbicas, sexistas, tudo de ruim que se pensava sepultado.
Mas o machismo brasileiro não faz homens de verdade. O macho que assume o que pensa, o homem com hombridade. Não, faz maricas que precisam do aval de outros, amigos, pais, media, nunca é capaz de dizer que pensa assim, é sempre pelos outros. Não assume nem a sexualidade, vai assumir pensamentos que podem deixar outros suscetíveis a odiá-lo? Mas nunca. Quem assume, inclusive que é baitola, é macho. Como disse, são uns homens que até para ficar de pau duro, têm dependido de bengalas externas. Imagina! Isso, aqueles que dizem o que é senso-comum, e os outros que afirmam uma coisa, depois, em outro contexto, dizem que estavam só brincando? Dá para acreditar em homens assim? Sem hombridade, dá para se dizer homem de verdade?
O cara não é que seja racista, é que Deus disse que daria cor aos descendentes de Caim e por isso, ele, muito religioso, apenas segue a Palavra e não gosta de descendentes de negros.
O cara não é machista, imagina, até permite que pessoas do mesmo sexo se amem, como se o seu aval fosse muito importante ao mundo. Se não der seu aval, nada pode acontecer. É que as crianças... Os mais velhos... Os outros, o que vão dizer... Nunca é porque ele tem medo da concorrência. Imagina que de repente ele resolva sair do freezer, com tanta biba no mundo, não sobra uma rola para ele. Então, desde já, está tirando a concorrência do caminho.  
Nunca assume que ele se sente constrangido e para isso, só tem um remédio. Acostumar-se. Ou um ato mais firme. Morrer! Como diria Amazonino Mendes.
- Então morra homofóbico!
O mundo existia antes, durante até deixar de existir, muito depois da extinção da humanidade, vai existir, com, ou sem o consentimento de quem se acha acima de tudo, quase um Deus terreno.
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Muito da inquietação atual, quanto à política adotada nacionalmente, tem a ver com racismo, com homofobia, com discriminação, com segregação de classe, mas as pessoas não dizem claramente, ficam querendo encontrar subterfúgios.
- Eu? Contra as mulheres? Adoro-as.
- Então vote as quotas na política.
- Mas aí você está me constrangendo!
Constrangendo, imagina. Constrangidas ficam as mulheres brasileiras, onde o país está abaixo da participação feminina na política do Senegal, do Chile, da Bolívia, da África do Sul, só à frente de países, ditos fundamentalistas mulçumanos, onde a mulher, por uma questão messiânica, ainda é vista como refugo, ou brinquedo de macho.
- O mundo tem uma dívida enorme para com os negros e seus descendentes. Até hoje a segregação, faz quem tem pele escura, ter menos oportunidades, do que quem tem pele, olhos, cabelos claros. Se um preto assume um lugar, tradicionalmente de branco, é porque ele tem quatro vezes mais capacidade, teve de realizar cinco vezes mais tarefas, para mostrar o seu valor. Vamos votar as quotas raciais?
- Não, isto é racismo. Vamos votar as cotas econômicas.
- Tudo bem. Então assine!
- Bem, sabe o que é? Vai entrar tanto neguinho que eu fico até com medo. Constrangido!
Constrangido ainda ficam os milhões de descendentes de escravos que ainda são discriminados por baixo dos panos, como sempre, por uma questão de ser mais, ou menos escuro.
O Brasil tem disso, de não dizer na cara, a sinceridade sempre foi malvista, trocada pela fofoca, pelo disse-me-disse, pelo pé de orelha, pela conversinha diante de quem está discursando, mas não se tem coragem de interpelar, então se fica jogando impropérios, disfarçadamente, na maciota.
Agora, existe um termo para gente assim que acessa as redes sociais e fala de todo mundo, só não entra para debater, para dizer que é contra o que se diz. Stealth, um tipo de voyeur virtual. Só fica de mutuca, dando pissica para quem está de fora, mas nunca se revelando, no ambiente onde frequenta.
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Enquanto não formos claros no que queremos, nem se para isso, tenhamos de nos revelar como somos, racistas, homofóbicos, atrasados e tudo o mais, é muito difícil evoluirmos enquanto pais. É uma questão de maturidade. Gente imatura é que sempre precisa do outro, para expor suas ideias.
Sempre me lembro de dois exemplos, sobre isso. Não que fossem imaturos, mas muito tímidos, nos dois casos. Diria, inseguros de seu poder, ou ignorantes do quanto podiam acrescentar em se mostrando.
No Colégio, o Renato Stival Bueno, um goiano que passou um tempo em Manaus, pedia sempre que eu falasse o que ele pensava. Eu levantava a mão, ele dizia, eu replicava – palavra em voga -. Um dia fiz melhor.
- Chiquinho, o Renato quer dizer uma coisa.
O cara ficou pálido, mas quando falou, era o que faltava. Foi a única voz que discorreu o que se estava tentando definir. O Chiquinho até o elogiou pela intervenção.
A outra, a Dedeia, num curso do Partido. Era o sábado e o domingo todo, eu sentei lá atrás, por causa dela. Tudo ela me puxava, para eu falar por ela. De repente pedi a palavra e falei que a Dedeia iria falar. Ela se encolheu toda.
- Uma mulher muito bonita, com uma voz linda e muito inteligente, fala, deixa de besteira.
Tentei fazer isso, quando professor de Administração, com a Francisca, uma aluna já madura, que sentava no fim da sala. Foi uma resistência enorme
- Professor, ela é muito tímida.
- É por isso que eu quero que ela fale. Ela vai se formar em Administração, vai ter contato com gente de todos os níveis, talvez, até com os meios de comunicação, então é melhor treinar entre colegas, do que em frente às câmeras, ainda sem tarimba.
Mas não falou. A classe toda ficou contra a minha insistência. Era muito humilde, portanto, sem tanta motivação para se expressar, é justamente quem mais precisa de ajuda, de estímulo.
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Como diz o Slavoj, muitas vezes a media define uma forma de agir, como a “normal”, mas muita gente que age diferente, fica isolada, pensando que é anormal, quando na verdade, como ela, existem outros que não se comunicam e poderiam até ser a maioria. O “normal”, acabaria sendo o que se coloca como anormal se conseguissem se comunicar. Já ouviu falar que normal é sermos diferentes? O cara repete, mas não para para pensar o que significa realmente. Ninguém é normal, pelo menos um estereótipo que nos coloca como um ser único em todas as circunstâncias.
Como diz o BRASILEIRISMOS.
É preciso aprender a discordar para poder dialogar positivamente com os personagens que habitam nossas almas.
Mas fala de uma palestra em Harvard, onde o professor falava que para os ingleses, os irlandeses são bêbados e preguiçosos. Para os irlandeses, os ingleses são esnobes e fedorentos, qualquer coisa assim. Já no Brasil, ingleses e irlandeses, são todos anglo-saxões. Tudo depende do contexto onde estamos inseridos, para o “normal” começar a tomar outros rumos, outras formas. Eu tenho um pau no meio das pernas e dois ovos, dentro do saco todo enrugado. Imagina se isso é normal! Mas chupa!!!
Se perguntar agora se o brasileiro é racista, imagina, vão até ficar zangados.
O namorido da minha sobrinha, paulista e deformado nessas “falcudades”, insiste em dizer que o Lula foi quem trouxe o racismo para o Brasil, com a política de quotas, o que despertou o que não existia. Imagina! Assim como ele, tem muita gente que realmente acha que o racismo nunca existiu no Brasil e se de repente começarmos a falar sobre, aí sim, vai se despertar um monstro que nunca nos pertenceu.
Sabe aquela comparação de Pelé com Senna?
Eu sei, alguns dirão que eu sou equivocado, vejo cabelo em ovo, eu é que sou racista etc.. Eu sei, a turma do deixa disso, ou melhor, deixa como está, não mexe em casa de caba, não vai fazer as pessoas verem o que é velado, vai dizer que eu estou estimulando um racismo que não é coisa de brasileiro.
Faça-se a comparação com Dona Maria Lenk e Dona Aida Santos.
(...)
Aqui, um parêntese. Desportista brasileiro, é sempre um herói, justamente, por o esporte ainda ser visto como coisa de malandro, de preguiçoso, de quem não quer trabalhar duro. Apesar de ser justamente o contrário.
Mulher desportista, até a pouco, era vista com sapatão, ou puta, bem aos critérios nacionais de denegrir quem nos defende, principalmente que não tem o perfil da donzela submissa. É sempre sapatão, puta, vagabunda, palavras tão evoluídas, num Brasil de Skaf, de Pezão, de del Nero, de Sabrina Sato, de Andressa Urach e tantos outros “gênios”.
Os dirigentes das federações, confederações, muitas vezes, sem nunca terem jogado nem ping-pong, como o Roberto Gesta que saiu da Federação Amazonense Universitária de Desporto -FAUD, uma entidade, sempre dirigida por gente inescrupulosa e quase sempre atrasada no pensar, como Gesta, indicado pela Ditadura, que só visam o lucro pessoal, mesmo que para isso, tenham de deixar o país passar vergonha. Vide o Nuzmann, o Havelange, o Coaracy Nunes, dentre tantos que quando passa o carro da polícia por perto, eles se escondem, por saberem quem são.
(...)
Dona Maria Lenk competiu nas Olimpíadas de Los Angeles 1936
Dona Aida Santos competiu nas Olimpíadas de Tóquio 1964.
Dona Maria Lenk, descendente de europeus, dentro do que se disponibiliza ao desportista nacional, até que teve muita assistência institucional.
Já Dona Aida Santos, descendente de escravos africanos, foi deixada ao léu. Sem uniforme, sem sapato, sem técnico, sem médico, foi atendida pelo médico de Cuba, senão não passaria das semifinais, teve de se virar sozinha e mesmo assim, ficou em quarto lugar, quando hoje, com muito melhores condições, o cara fica em último e o SporTV acha que fez muito, foi às olimpíadas melhorar seu tempo pessoal, então, quarto lugar, representando o Brasil, em 1964, sem apoio algum, talvez e muito provavelmente, por ser preta e única mulher da delegação, foi como se ganhasse medalha de ouro, com quebra de recorde.
E me dizem que não há racismo, não há homofobia, não há segregação, não há discriminação? Serei leso?
Conformismo e submissão fica para quem acredita em Papai Noel.
Se Dona Maria Lenk não fosse forte e se Dona Ainda Santos não chorasse o tempo todo, seriam esquecidas, lá mesmo, uma país com  maioria de fêmeas, onde os homenzinhos ainda querem ser os manda-chuva, disfarçada e covardemente.
Foi por isso que quando se aventou um nome para representante de turma na pós-graduação, meu colega de Economia, Jorge, colocou meu nome para apreciação dos votos, mas a sala, em todos os módulos, era formada no mínimo, por umas 40 mulheres e no máximo, 7 homens, não achei que representaria um universo representativamente feminino e apontei a Sílvia que acabou sendo a mais votada, no meio de dois nomes masculinos, o meu que nem eu votei em mim e o Thomé que diante de todo o discurso que fiz, ainda se colocou para ser votado e também perdeu.
O Brasil precisa mudar e muito, mas não como querem os golpistas, mudar para voltarmos ao passado. Precisa mudar, em primeiro, ao nos respeitarmos a todos, como pessoas, antes de ver de onde cada um é, o que pensa, como se comporta, sua sexualidade... E, principalmente o que vale muito mas ningupem tem coragem de dizer, seu poder aquisitivo, sua conta bancária, seus bens e seu poder diante da sociedade. Antes de tudo, antes de eu ser botafoguense, amazonense, de Esquerda, brasileiro, tarado por mulher, cabelo pixaim, baixinho, balofo, chato, sexualmente com vontade de transar toda hora..., eu sou ser humano. É isso que se tem de incutir nas crianças, nos adolescentes, nos adultos e nos idosos. Vamos respeitar a vida e a própria espécie. Antes de tudo, somos humanos. E até podemos ir mais longe, respeitar a vida, o gato, a onça, o elefante, a rosa, a vitória régia, por fim o planeta e o universo.
Esse papo de todo poder à burguesia, pois ela é virtuosa, ficou no lugar a aristocracia que descendia de Deus Todo Poderoso, eu não acredito mesmo. Ainda mais, quando se coloca todo mundo num mesmo saco de gato.
- Os jovens...
- Os viados...
- As putas...
Tem jovem escolarizado, analfabeto, ativo, acanhado, alto, baixo, gordo, macérrimo, de Esquerda, alienado...
Há viado com pós-graduação, na prostituição, rico, paupérrimo, lindo, horroroso, calmo, afetado...
Até as putas, há as depravadas, as cheias de princípios, as inteligentes, as quase incivilizadas...
Essa mania de generalizar, é muito chato.
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Só para demonstrar quem nem tudo o que se canta, é verdadeiro, que o interesse de muito empresário, não é o bem estar comum, muitas vezes, só seu lucro pessoal, vai aqui um exemplo.
Eu fiquei sem acessar a internet, por um bom tempo, só nos fins de semana que meus sobrinhos e agregados, ou em festas, onde todo mundo acessava, é que ligavam o roteador.
Por um bom tempo, reclamavam que o acesso estava muito ruim, até que começaram a individualizar o cabo. Quem chegava primeiro, usava o cabo da internet no próprio aparelho.
Sempre falei para eles reclamarem da NET, uma empresa das Organizações Globo, o que se infere, deveria ser de ponta, até pelo tempo de mercado e tratar o cliente, como “rei”, segundo as normas idiotas de algum leso que virou lei.
Quando voltei a conectar, nem com o cabo afixado, rodava nada. Liguei várias vezes, eles me conhecem, até que veio uma mulher afetada, com sotaque de nordestino, dizer que estava assim, porque eu não estava acessando, por tempo.
- Eu sei, não sou leso, mas pagava, como pago pelo serviço, então, exijo que me atendam 24 horas, 7 dias na semana, 365, ou 366 dias por ano. Não me interessa se vocês ficam monitorando daí e tirando força de quem acham que está fora.
Depois de muito encher o saco, finalmente a internet, via roteador voltou na capacidade máxima, como acordada entre as partes.
Mania de no Brasil, sempre se tergiversar da discussão principal.
- Ah, a garota foi estuprada, porque estava andando requebrando na rua.
Não interessa, é um direito dela, ela foi estuprada, porque existem estupradores, homens que não têm capacidade de convencer uma mulher e apelam para a violência, para a apresentação de riqueza, para um monte de coisas que não têm nada a ver com a virilidade e depois, chamam as mulheres de putas, porque eles antes de se apresentarem, apresentam seus valores financeiros, lógico que vão atrair na sua grande quantidade, mulheres, no mínimo interesseiras, mesmo que não sejam profissionais do sexo.
- Ah, os EUA estão com razão de invadir a Síria. Os terroristas estão agindo sem dó.
Não interessa, o país dos outros, é dos outros. Guerra civil, é para decidir quem tem mais apoio interno. Talvez porque os EUA receberam apoio da França, contra a Esquadra Inglesa na Guerra da Secessão, ache normal a intromissão estrangeira nas discussões internas, muitas vezes, com interesses particulares, mais do que interesse em ajudar o país de verdade.
Aquele discurso daquela atendente de que a internet estava ruim, por eu não acessar, é como colocar a culpa do péssimo serviço ofertado, no demandante que paga em dia e dentro do acordo firmado entre as partes.
Não reclama para ver. Vai na corda dessa gente que diz que o Brasil era um lugar divino, sem racismo, sem preconceito, sem discriminação, pacífico, altruísta etc., e vê para onde vamos.
Eu quero sempre mais, mas mais, para evoluir, não para regredir, ao ponto de estarmos quase próximos aos trogloditas que na verdade, significa pessoas que moravam em cavernas e com os conhecimentos ainda por serem formados, muito aquém da capacidade de saberes que temos hoje e muito jumento não usa e tem ódio de quem se vale deles. Ainda se quer um país que discuta com verve e vontade, mas sem base em nada, sem conteúdo algum, só na base do emocional.       

O Brasil melhorou, mas faltam critérios para tudo, desde a escolha do agraciado com prêmios, até com quem deve ser autoridade. Por enquanto, é o amigo do rei, mesmo que vivamos em pleno Capitalismo decadente que ainda dá as cartas.

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