domingo, 17 de março de 2013

MODORRA PÓS-MODERNA





O mundo místico
É pesado
Imutável
Dissociado de toda e qualquer realidade
Um mundo onde o inumano
Vira herói cotidiano
E para isso acontecer
Tem-se de calar quem diga o contrário

O mundo modorrento
Da contemporaneidade
Coloca crianças em frente de jogos
Para aprisioná-las
Como os mais hodiernos libertos
Que na verdade
Não enxergam além da poltrona em que estão

O mundo irreal
Que nos legaram
Na verdade nos mata de consumir
Para que não tenhamos noção
Dos males que estamos correndo
E correndo desde a hora de levantar
Não possamos inferir
Sobre o que nos cerca

Toda mitologia
É baseada na mentira
Portanto quando te contarem História
Como uma bravata de super-humanos
Desconfia
Pois, por mais humano que sejamos
A humanidade
É ser humano, como todo mundo

Não é sem querer
Esse aprisionamento das mentes
Das covardias
O desvirtuar do que se vê e se sente
Mas uma vontade de corromper
Inclusive o mais natural
O princípio básico da liberdade
Que é inferir por si

Estamos presos
Rindo como alforriados
Quando na verdade
Nossos grilhões,
Foram nos presos à mente
Para nem sabermos que somos elefantes
Em circos
Dirigidos por palhaços

Estamos vivendo na frente do monitor
Justamente para não nos deixar juntos
Uma vida perigosa
Onde ser comunidade
Pode levar
À crises de identidade
À lutas sangrentas
E até mesmo, ao conhecimento do que nos foi tirado

Modorrenta atualidade
Que faz o ser
Não ser e pensar que está sendo
Quando na verdade
Busca tão somente
Deslocar os conceitos
Do real, para o sobrenatural
E assim, dominar sempre!

Quem sabe
A próxima revolução
Seja para recuperar
A própria inteligência
Onde se vai derrubar
O sofisma
Por algo
Que realmente nos faça povo!

Os mitos que nos apresentam
Na verdade
Construídos fora das ruas
Em laboratórios
Plastificados e pasteurizados
Do contato com o mundo
Para nos fazer crer
Que isso de ser humano, não somos nós!

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