Há muito tempo, falei de um amigo meu que saiu com uma gringa e não conseguiu fazer nada. Lembra?
O problema é que esses meus amigos de hoje,
na juventude se entupiram de maconha, só porque eram jovens e era moda. Não
lembram mais, nem a idade que têm. Dar a bunda, também, de certa maneira era
moda e eu fui jovem, mas nem por isso virei evangélico nos dias de hoje.
Mas rememorando. De tempos em tempos, vinha
à Manaus, um casal de finlandeses, suecos, dinamarqueses, não sei bem de onde
eram, só sei que era daquele lado da Europa onde gelo é coisa que se tem fora
da geladeira, o ano inteiro.
Ele logo fez amizade com o irmão e ficou
filosofando se chegava na irmã, essas coisas de jovem, ainda conhecendo as
sacanagens da vida. O que tinha a ver a irmã, com o irmão? Afinal, queria cu de
quem? Até que finalmente tomou coragem e a chamou para... Darem uma pernada
pela vida. Tal e coisa e coisa e tal, acabaram no quarto. Ela linda, olhos
azuis, pele alva, acho que era loura, segundo relatos do meu amigo, liberada
sexualmente, como só aquelas mulheres daquela parte do mundo e dessa parte de
Parintins e redondezas. Quando tirou a calcinha, aquela mancha amarela e aquela
catinga de carne podre. Ele até tentou, mas desistiu, pediu desculpas, mas
mesmo ela querendo dar, não deu!
Dizem que odor de peido acaba logo, se todo
mundo cheirar, mas essa inhaca, nem se colocassem uns 100 Ahmadinejadi no
quarto, não passaria tão fácil assim.
Até hoje, meu amigo, segundo relatos do
próprio, pensa naquela filha de uma puta porca! Engraçado que algumas mulheres,
na punheta, são inesquecíveis, ao vivo, é preciso ser muito macho para fazer alguma
maldade.
Éramos todos jovens!
DE TEMPOS EM TEMPOS
Uma das coisas boas de estar vivo, é que se
pode ver até onde a inteligência humana consegue chegar.
Dia desses, lembrei-me de Seu Carlito, pai
de Pirokinha que dizia que eu e o ex-genro dele, não tínhamos a menor paciência
e queríamos que a internet e o computador funcionassem de pronto. Deve ter
pelos menos uns 10 anos que ele morreu e hoje, tanto a internet que já nem é
mais discada quanto os computadores, não são tão lentos, quanto ele conheceu.
E não só isso, em outros campos do
conhecimento humano, inclusive na economia nacional, muita coisa mudou. Imagina
o Brasil, além de pagar a dívida com o FMI, ainda posar de sócio? Os juros que
eram uma esculhambação, estarem em 1 dígito? O poder de compra de muita gente,
gerar e gerir a economia? Tudo muda e às vezes, para melhor. Mas tem coisas que
parecem imutável, como as elites que sempre se desesperam, quando se pensar em
melhorar a qualidade de vida de quem querem que viva miseravelmente. É uma
confusão dos Diabos. Às vezes acaba até em golpe de estado.
De repente, já com pouco cabelo e muitos
grisalhos, ele decidiu seguir o pedido de uma amiga minha que falou que homem
que é homem, não pinta o cabelo e é até mais charmoso. Queria que ela dissesse
isso, no PC da China. Mas ele ia passando de carro por uma rua e achou aquele
rosto que andava pela calçada, familiar. Apesar de já desgastada pela vida e
principalmente, pela pele clara que desbota mais do que pele escura e vira
maracujá, quando ainda se está na idade da uva. Gritou:
- Do you speak English?
- Ja!
-
Spreecht du Deutsch?
- Ja!
- Tu és tu?
- Ja!
- Entra Ja, vamos acabar aquele assunto que
não concluímos.
Imagina, sob um sol inclemente, ela
caminhando nas ruas de Manaus, que nem filme catástrofe depois de Amazonino
Mendes, tendo de se desviar de buraco, de bueiro sem tampa, de ratos do tamanho
de um cachorro de caça, de camelôs de tudo o mais, devia estar bem pior do que
antes. Porque então, aquele fanfarrão, pensou que iria ser melhor hoje, do que
antes, quando eram jovens, e até brisa na cueca, fazia o negócio dar sinal de
vida?
Antigamente não existiam aqueles sabonetes
vaginais. Vagisil, Vaginal, Vagi o caralho a quatro. Antigamente, não existiam
as duchas higiênicas e se existiam, não eram com a pressão de hoje que vão
buscar a sujeira até da garganta. Agora sim, ela iria se foder de verde e
amarelo.
No caminho, pararam naquela sex-shop, ao lado da FAMETRO, onde
estuda a Tatiane, na Constantino Nery. Ele aproveitou para fazer o rancho.
Seguiram para a Compensa, aquele motel de uma
hora está fechado. O outro disponível era o da Luz Vermelha. Ela não merecia
aquilo. Por muito menos, perdi uma amiga de anus, porque estava sem dinheiro na
hora, só o básico, sem cartão, sem lenço, nem documento, estávamos em uma
dessas bandas de rua, no carnaval e a levei para um motel, na entrada do São
Francisco, de quem vem pela André Araújo, em frente ao antigo Horto-Municipal, hoje,
Cidade das Crianças, logo depois do primeiro Ducila’s Festas e de uma coisa que
chamavam de Depósito da Antártica. Acho que atendia pelo nome sugestivo, de
NOSSO LAR. O proprietário, deve ser um desses carolas que só pensam no reino de
Deus.
Também, nunca mais, depois dos ares do
ventilador baterem em seus cornos, ela quis acordo comigo. Fodeu-se, mas no mal
sentido.
Mais próximo, naquele caso deles, só em
Manacapuru, mas o tempo que iriam levar, para chegar, primeiro, com tanto
caminhão consertando os postes, o que só deixa uma raia na ponte que mesmo
assim, ainda não tem as defensas e depois, com tanto buraco na Am 070 – Estrada
Manuel Urbano, não compensaria. Na Compensa, nem pensar.
Rumaram para a Avenida Coronel Jorge Teixeira,
mais conhecida como Estrada da Ponta Negra mesmo. O que antes fora um drive-in, na verdade, um puteiro
motorizado, agora é um motel com nome havaiano. Só sei que existiu aquilo,
porque certa vez, saí com uma amiga e ela me mandou entrar naquele pardieiro.
Eu, moço de família, apaixonado, cumrpi as ordens dela. Uma garagem dentre tantas,
sem teto, onde o filme em cartaz era colocar a amiga no capô ainda quente e
mandar bala. Nunca soube se ela se remexia toda, por causa do capô quente,ou do
pau cheio de paixão. Depois, se alguém quisesse fazer a limpa, era o famoso
banho tcheco, mas de uma maneira inusitada. A torneira ficava abaixo do para-lama
do carro e nem anão conseguia se baixar tanto, para lavar as partes.
Desta vez ele estava morto de romântico.
Comprou calcinha nova para ela, montou um Kit Phode de respeito. Na verdade,
era mais prevenção contra acidente, do que amor em si.
ENFIM SÓS
Sejamos sinceros, ele era, ou ainda é,
espírita e tinha certeza que aquele momento, foi um oferecimento dos irmãos do
Além, a quem recomendou por muito tempo, um reencontro divino desses.
Ele também tocava guitarra, tinha uma banda
local e só ouvia Izaurinha Garcia, Araci de Almeida, Jamelão, esses espíritos
de luz, no pé do ouvido. Tinha certeza que existiria, depois de bater as botas
e ficar em posição de sentido a 7 palmos de fundura.
Então eles pediram uma suíte para uns
momentos de prazer, de paixão, de carne na carne. A atendente, com 5 anos no
cargo, ainda estava aprendendo, era daquelas que ficam em supermercado com umas
camisas, onde têm: POSSO ATENDÊ-LO? É melhor entrar com uma camisa com as
inscrições: DEIXA QUE EU ME VIRO SOZINHO! Na verdade, na maioria das vezes, é o
cliente que tem de atender esses aprendizes, em sua lição de como não organizar
porra nenhuma.
Inocente, coitadinha. Levou meia-hora, para
saber qual a suíte vazia, um engarrafamento na entrada do motel, todo mundo
buzinando, parecia carreata. Depois, mais 15 minutos, para encontrar onde
estava a bendita chave. Não adianta, motel de 1 hora em Manaus, é ilusão.
Computado o tempo só na entrada, é melhor fazer no carro, ou ir para um
apart-hotel. A relação custo X benefício, é bem maior, sem contar que a
satisfação também. Motel de 1 hora, só para quem tem ejaculação precoce e não
quer dizer à parceira.
Finalmente, rumaram para o quarto. Eu gosto
de chegar, na garagem, já vou pegando nas coisas, tirando as outras. Quando
eles abriram a porta do quarto, a faxineira tomou o maior susto, pediu
desculpas e mandou-os esperarem no carro, até ela acabar de arrumar. Nada
melhor para cortar o clima, do que querer dar umazinha, correndo. Nunca dá
certo. Ou o botão da camisa insiste em não abrir naquele dia, ou o zíper da
calça quebra, justamente, sem baixar e sem deixá-la sair, ou o ar condicionado
não liga, ou..., sempre tem um problema para atrapalhar. E tem madame que o
cara já vai se despindo no caminho, mas ela só tira a roupa com beijinho. É de
matar de raiva.
- É de uma hora meu amor! Acelera!
Parece preguiça desfilando na SPFW.
Ele então, finalmente, depois de todo o
sufoco, presenteou-a, com tudo o que havia comprado na sex-shop e na drogaria que fica na subida do São Jorge. Sabão
líquido, esponja, Bombril, água sanitária, soda cáustica, escovinha para
faxina, tudo para ela ficar no jeito.
Então ele pediu para ela se ajeitar no
banheiro, tomar um banho de respeito, trocasse a roupa e só depois, viesse para
cima.
Assim ela o fez, mas sabe, essa gente que
não tem muito costume de tomar banho, quando o faz, leva um tempo danado. Nem é
se lavando, mas aprendendo para o que servem o sabonete, a torneira e até
aquela água que cai.
- Hoje é um novo dia e um novo tempo que
começou...
Enquanto a esperava, já com tudo em riba,
era só o que ele cantava à capela.
Enfim ela veio toda bonita e cheirosa. Havia
tomado banho de verdade. Não era francesa para cheirar, por causa dos perfumes
fortíssimos.
Quando ele se atracou com ela, o telefone
tocou.
- O senhor gostaria de prolongar a estada?
- Por quê?
- Porque são 1 hora e 15 e o senhor não
falou nada.
De repente, ele escuta um grito:
- Olha a água!
Ele, como bom espírito, pensou que fossem
seus amigos do lado de lá, alertando que fosse brochar. Pediu imediatamente um
Viagra se possível. Mas de novo:
- Olha a água!
E já foi sentindo um peso danado, nas
costas. Não estava fazendo sexo com nenhum negão. Ficou todo molhadinho, mas
não da sacanagem em si. Custou a entender.
Era a adutora da Amazonas Ambiental que
arrebentou mais uma vez, desta feita, no São Jorge.
Lá foram eles levados pela enxurrada. Ainda
bem que ela é europeia, pois se fizesse depilação como as brasileiras, ele não
conseguiria alcançá-la, para ficarem bem juntos, até que fizessem ideia do que
estava acontecendo. Ele já estava boiando e só se via no alto,aquele monte de
Venus, com uma floresta densa encima. Lourinha!
Ele é que ficou seguro no pau se tremendo
todo. Na verdade, era uma daquelas barras de pole-dance que fez muito sucesso, depois de uma novela da Globo.
Assustado, consegui pegar seu celular que
ele havia mandado “blindar” de líquidos, que fazem com um produto que não
aparece e nem deixa a água apagar tudo.
Ligou para a Tucuxi.
- Alô? O Noé trabalha com vocês?
- Não senhor!
Ligou para a Manauara.
- Alô, o Noé, por favor?
- Aqui não tem nenhum Noé senhor!
Ligou para a Atlanta.
- Por favor, dá pra chamar o Noé?
- Não temos nenhum motorista com esse nome
senhor!
Ligou
para a Golfinho.
- O Noé já chegou aí?
- Aqui é a Empresa Golfinho de Rádio-Táxi
senhor.
- Então serve. Boia do mesmo jeito. Me tira
de Manaus, por favor, senão ainda morro com a boca cheia de mureru.
Fica para a próxima. Ainda não foi desta vez
que conseguiu executar seu intento.
A mãe de uma ex-namorada que também era
espírita até a alma, apesar de dar porrada em cachorro, com a vassoura de
varrer, sem dó, nem piedade, dizia que o amor é eterno, vai além desta vida. Quem
sabe, um dia, depois da morte, eles se encontrem? Mas aí, só beijinho,
beijinho, nada de pau, pau.
Uma água tão gelada que mesmo que se ele
quisesse fazer alguma coisa, naquelas condições, acabaria com vergonha, do
tamanho das coisas.
Quando não tem de ser, não tem de ser. São só três
chances. Fica para a próxima! Próxima encarnação.
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