terça-feira, 6 de outubro de 2015

IMPÉRIO DA PETULÂNCIA!


6 de outubro de 2015
Há muito tempo um especialista educacional acho que francês veio ao Brasil para um encontro e chegou à conclusão de que as crianças no Brasil são criadas como pequenos príncipes. Elas é que determinam o que os pais e responsáveis devem fazer para criá-las. Elas podem tudo e querem tudo, sempre individualmente.
Lendo um artigo do BRASILEIRISMOS do Da Matta, ele falava de um encontro em Harvard em que o jovem professor, discorria sobre como os povos eram vistos por outros. E falando sobre o brasileiro, na verdade, lá nos países mais desenvolvidos, os latinos americanos eram vistos com preguiçosos e só pensavam em sexo, como a maneira estereotipada de sempre, no entanto, no Brasil, quem se considera poderoso, identificou que se tem no atraso, na falta de pontualidade, uma forma de se mostrar superior.
- Quem chega na hora certa, dá a sensação de inferior!
 Dizia que não é novidade alguma, é uma forma adquira de reis de antigamente, do poderoso fazer os outros, sempre esperarem.
Infelizmente o Brasil vive de estereótipos arcaicos. Muitos dos pensamentos vigentes, são ainda, resquícios de nossa colonização e da vinda de europeus desdentados e boçais que aqui viveram verdadeiros aristocratas. Em pleno Capitalismo.
Não é muito incomum se ter um horário numa empresa, mas o chefe, sempre chegar depois de todo mundo. Imagina o chefe chegar junto com os “colaboradores”. Eu, quando fui chefe, nas vezes em que estive chefe, chegava até antes de todos. Nem por isso me sentia inferior. Mas eu tenho autoestima alta, espírito forte e personalidade. Não sou o exemplo do brasileiro comum. O comum, é ser recalcado e ainda cantar “beijinho no ombro pro recalque passar longe”, mas na verdade, o recalque é justamente esse tipo de música onde se tenta afirmar, por se sentir na lama. Já falei, são temas recorrentes, a cantora sexualmente espalhafatosa que se sente uma merda, mas com algo a mais, começa a querer pisar nos outros, para se sentir superior.
Quando eu era uma baranga
Você não quis me comer
Agora que eu estou gostosa
Virei puta de luxo
Baba baby
Baba baby
Baba
[...]
Prepara
Que agora é hora
Do show das poderosas
Eu não estudei
Não tenho nada a contribuir
Mas “venci” chupando o pau dos outros
E mostrando a bunda em público...
Imagina um povo onde as crianças são mimadas, não podem ser questionadas, nem mesmo, terem limites, crescerem com uma visão de mundo em que o outro é sempre inferior e uma elite que pensa que o mundo gira em torno de seu umbigo e repassa isso aos filhos e aderentes para não perderem a pose.
E Russell diz que há quem se ache sempre superior que exija leis sempre mais duras, duras, duras, para os outros, eles não cumprem as próprias leis que desejam. Imagina o Brasil, onde a Escravidão deixou sequelas feias, imorais, racismos, segregações, concentrações, de forma velada.
- Doutor, o senhor assinou a Lei da Redução da Maioridade Penal.
- Lógico!
- Seu filho foi pego dirigindo aos 15 anos, sozinho, acima da velocidade permitida e embriagado. Vamos encaminhá-lo à penitenciária.
- Mas de maneira alguma. É meu filho, estás pensando o quê? Não sabe quem sou eu? Se eu permito que punam meu filho, vão pensar que eu sou povinho... Deixa o menino em paz!
Eu sempre digo que quando se fala em brasileiro, tem-se de ao menos, dividir o brasileiro Casa Grande do brasileiro Senzala.
O garoto da periferia, muitas vezes nem tem infância, então não dá para pensar que todos os brasileiros são principezinhos que irão se transformar em nobres adultos, cheios de dedos e alheios à nossa realidade que nos rodeia desde muito.
Quando se fala até em crise no Brasil, é preciso diferenciar. Crise para quem mesmo? A Ditadura viveu em crise, o Governo Sarney, foi a crise institucionalizada, até o começo do Governo Lula, com o Pallocci, era crise para as classes economicamente inferiores, mas o Paraíso para quem hoje, se descabela com a “crise”, justamente porque podiam investir em Bolsa, podiam viajar sozinhos, foi voltar os interesses para as classes menos privilegiadas, pronto, tem gente “despentelhada”, sem precisar depilar.
- É crise, imagine você que eu viajava para Dubai num 777 particular e gastava poucos milhares de dólares para abastecer. Agora, Jesus Cristinho, é um absurdo completar o tanque! É crise. Mas se pegar voo comercial, Deus me livre, é tanto povinho no aeroporto, tudo de sandália, eu não posso me imiscuir nesse mundinho!
- Imagine que eu ia ver o Roberto Carlos no transatlântico de luxo e só havia ricos e bem nascidos, agora a gente topa com pobretões que também adoram porcaria como nós. Onde já se viu isso querida?
- Bom mesmo, era naqueles tempos do OverNight, os pobres cada vez mais pobres, os ricos enriqueciam da noite para o dia, sem produção alguma.
Os pequenos príncipes crescem, com a visão de que ainda estamos na Escravidão, ao Senhor de Engenho, tudo, ao Zé Povinho que se foda.
E ainda tem o lúpen-proletariado que ascende um pouco, esquece de onde veio e quer se igualar ao burguês mais rico do mundo.
- O Bill Gates agiria assim, eu tenho de agir igual, senão vão pensar que eu fiquei pobre!
Bresser diz que o maior problema no Brasil, em se tratando de querer tudo só para as classes abastadas que acabam em crises e não permite que o país desenvolva, não é só dos empresários e diretores de multinacionais, mas também, dos tecnoburocratas estatais que ao se verem percebendo acima da realidade nacional, juntam-se às demandas da burguesia, como se não pertencessem ao setor público. Como agora que a realidade nacional, é de uns R$ 5mil no máximo, mas no Judiciário, querem aumento, por estarem “ganhando pouco”.
- R$ 20mil, que país é este? Não posso nem comprar uma Ferrari nova. Estou paupérrimo!
E ainda diz que se remuneram bem esses tecnoburocratas, no publico e no privado, regiamente e quando chega nos níveis mais baixos do organograma, tem-se de remunerar miseravelmente. Ou seja, uma minoria percebendo milhões, enquanto uma maioria na merda, sempre, produzindo cada vez mais, para viver com muito pouco, porque se paga bem sempre, o pessoal da Casa Grande.
E o Slavoj diz que o que causa tanta revolta em relação à Venezuela de Chavez, é que ele não tentou puxar as classes menos favorecidas para o mundo dos abastados, mas usou uma lógica completamente diferente da usual. Ele foi aos miseráveis e de lá, com a visão da minoria política, adotou uma política de inclusão. Tanto que a Venezuela pré-Chavez, tinha mais de 80% de miseráveis, enquanto a elite da PDVSA gastava tudo nos EUA e não desenvolvia a economia local, mas nunca houve uma estupefação tão grande das elites internacionais. Agora, com menos de 34% dos venezuelanos na miséria, os mesmos de sempre, gritam.
- É crise!
E ainda tem quem viva falando em desabastecimento, o que o Slavj já previa que iria acontecer. Primeiro os donos dos meios de produção, iriam boicotar o novo governo, depois, um mercado que atendia à 20%, atender de uma vez, mais de 80%, realmente gera desabastecimento. Mas com o tempo, a Venezuela vai ter sua própria economia, soberana e atendendo à mais de 15% de uma minoria que parece não enxergar a existência de outros, de tantos, principalmente na miséria.
Realmente, estamos em crise, no mundo inteiro, quando se tenta fazer ver que o outro existe, mas alguns ainda querem um mundo voltado só a si.
Em um texto que escrevi em um caderno, dizia que na discussão no Brasil, sobre Dilma, ou o perdedor, o PT, ou o PSDB, não existe o certo, nem o errado. Todos têm sua lógica, seus interesses. Marx sempre falou em luta de classes, mesmo que hoje, no Brasil, quem dizia não acreditar em luta de classes, adote o ódio ao diferente. Somos plurais, interesses muitos, é normal cada um puxar o peixe para a sua brasa. São Paulo acostumada a sempre ser beneficiada sobre todos, tem de querer mais uma vez, derrubar quem pensa o Brasil, além do Eixo Rio-São-Paulo-Minas-Rio Grande do Sul. O que fica difícil entender, é que o cara lá do asfalto, esteja lutando para manter os interesses do pessoal dos helicópteros. Mesmo que seja paulista e viva em Swamp, quero dizer, Sampa.
Para quem não acompanhou o texto que nem eu sei onde está, o Slavoy diz que hoje, as hierarquias das cidades, já nem existem mais. Antes, havia o bairro dos ricos, rodeado pelos bairros da periferia. Hoje, com o advento dos condomínios, já não existe essa mistura entre pobres e ricos. Não se convive com os diferentes, os condomínios criam suas próprias leis, dentro de um país, de um estado, de um município com leis gerais. Para os outros. E diz que o exemplo maior desse medo de se confundir ao povo, dar de cara com o pobre, é de São Paulo de Lula. Explica-se, o livro foi publicado em 2010. E Slavoj é um filósofo e psiquiatra do Leste Europeu, mas conhece a “realidade” brasileira, por ser internacionalista. Em São Paulo, onde os engarrafamentos são frequentes, assim como os assaltos a quem está parado nesses congestionamentos, os ricos não se isolam mais em carros blindados. Eles, como em filmes de ficção científica sobre o futuro, sobrevoam por cima dos pobres que se veem perdendo tempo em lentidões eternas. São Paulo tem a maior frota de helicópteros do mundo, por isso, é o único município que tem controle de tráfego aéreo, só para helicópteros, enquanto em terra, está a maioria, pensando em ascender socialmente, para, não lutar contra as desigualdades, mas também para andar de helicóptero e se ver livre daquela gente que fede. Depois, com tanta segregação, um apartheid indisfarçável, umas sociedades de castas, como nem a África do Sul, nem a Índia preservam mais, não querem que a violência, a tentativa de consumir, assaltando quem rouba a riqueza só para si.
Goethe e alguém mais que não me lembro, diziam que aquela riqueza individual, na verdade, era um roubo da riqueza que deveria pertencer a todos.    
Aí eu dizia no texto que o cara andar de “busão” em São Paulo e defender os interesses da classe abastada dos helicópteros, é como a apresentadora do SBT que se notabiliza em ser a Musa da Estupidez da Direita Fascista, acho que se chama Sheherazade, que é nordestina, da Paraíba, mas se comporta como se tivesse nascido em berço de ouro, em um condomínio de luxo de Sampa.
Aí sim, esses são os que estão no mínimo, equivocados, pensando que ao defenderem os direitos de quem sempre teve direitos no país, vai se colocar na mesma posição. Ledo engano cara pálida!
Musa que não tem nada a acrescentar do que tolice, sempre é trocada, quando aparece uma mercadoria mais nova, com mais viço. Foram tantas. Caiu a bunda, os peitos, nem silicone segura, o rosto ficou mais velho, chegou a Annita, a Valeska, pronto, a Kelly Key, a Carla Peres, a Feiticeira são substituídas, pois não passam de objetos. E só reaparecem, dando o testemunho, como putas redividas, ex-baitolas, como se fosse possível.
Infelizmente as classes mais abastadas, mesmo falando histericamente em crise, não param de consumir. Estranho para eu que estudei Economia. Acho que peguei professores e li livros de quem não era da área. Eu devia ter aprendido com a Cristiana Lobo, a Miriam Leitão, o Justus e até com o João Dória Junior. Esses entendem tudo de Economia. Vide o tal de “Doutor” Roberto Marinho que acreditou na Miriam e ela deixou a Globo endividada em dólar e quase na falência.
Eu sempre digo que Economia e Administração são saberes, ciências, áreas de conhecimento, como quiserem, que têm muito a ver com a expectativa. E quando se fala em expectativa, fala-se também em política, em esperar que suas posições políticas e até ideológicas, sejam vitoriosas.  E no Brasil, há uma disseminação do individualismo sem fim. Isso não precisa diferenciar pobres e ricos, são poucos os que pensam no coletivo, antes de pensarem em satisfazerem seus interesses, mesmo que os outros se lasquem de verde, amarelo, azul e bronco!
Um povo que custa a amadurecer. A pesquisa VIP sobre o novo homem brasileiro, constata isso, no item, quando se é maduro. Tem “homem” achando que amadurecimento é para depois dos 80 anos. Imagina gente que vive infantilmente, discutindo sobre realidade. Só pensa no Príncipe Encantado vindo resolver crise capitalista, ou na fada madrinha, solucionando problemas reais.
É como eu disse dia desses ao taxista, quando um filho da puta costurava o trânsito que não andava.
- O cara pensa que resolve seu problema individualmente, acaba atrapalhando a todos, inclusive a ele. Sozinho, faz com que o trânsito não flua nunca.
Se essa falta de educação foi comum no passado, ainda hoje, é até mais comum, quando as classes menos favorecidas economicamente, pensam que entrando na onda da ostentação, vão ser ricas de verdade, quem sabe, viram celebridades e entram na lista Forbes.
Tempo desses, acho que um tal de US$ 0,50, ou Fifty Cents, pediu falência pessoal e disse que esbanjava para parecer estar numa ótima, mas já estava na merda e com a ostentação direta, acabou o que restava.
Os shoppings estão cheios de crianças. Que porra é essa, tanta criança como se fosse uma grande creche. De repente pensei. Dia das Crianças. Ah, é isso.
Pensemos. Quem frequenta shopping, comprando, não é classe D... Z. Mesmo porque os preços dos shoppings, por motivos de alugueres, de taxas condominiais, quota de eventos etc., são sempre superiores aos de lojas de bairros.
Em plena “crise”, os pais levam as crianças para escolherem seus presentes nos shoppings, por causa do Dia das Crianças.
- O quê cidadão?
Em plena “crise”, os pais levam os filhos para escolherem presentes.
Olha, eu não tenho filho, mas estudei Psicologia do Desenvolvimento. Como tudo mudou, a Matemática, mudou, 2+2 não são mais 4, a Economia mudou, em tempo de restrição econômica, os governos retraem investimentos, a Administração mudou, quem ensina como administrar, é publicitário, é pedagoga, é assistente social – talvez por isso os dados sobre a Administração no Brasil, sejam pífios, vergonhosos, é todo mundo querendo aprender na marra e se arvorando de suprassumo, mais para atender ao ego, do que aos princípios profissionais -, até a Física, quem ensina, é engenheiro, até estudante de Medicina, vale tudo, quem sabe, criança e adolescente também mudaram muito, como dizia um parlamentar que defendia a Redução da Maioridade Penal, as crianças e adolescentes mudaram muito, por causa do tablet, da internet, do smartphone. Antigamente o cara era estúpido, mal informado, burro mesmo, ficava com vergonha de ser ridicularizado em público. Agora, estupidez, é até publicidade pessoal, como muito usa o Coronel Bolsonaro que não tem muito a acrescentar, mas vive se fazendo de idiota, para não sair da media. E como ele, Silvio Santos, esse pessoal que serviu à Ditadura que não aprendeu a debater com ideias, mas com atos ridículos e tão levianos.
Imagina para futuro, um país de filhos únicos, sem limites, com pais que dizem que a família é a celula-mater da sociedade, mas todo mundo “trepa” com todo mundo, diferente do discurso oficial, com um pensamento que se deve pensar só em atender aos seus interesses, sempre e sempre mais, com crianças cada vez mais aprendendo a serem arrogantes, petulantes, insensíveis, prepotentes e ainda pensando serem os Senhores de Escravos.
Eu ia entrando no banheiro para dar uma mijadinha, quando vi uma criança no colo da mãe. Abraçaram-se os três, como propaganda de dentifrício e a mãe perguntou que presente ele queria. Eu até sorri ao ouvir os pedidos, e o pai me olhou satisfeito, não em atender uma necessidade infantil, ou de dar um presente infantil, mas de ao ceder aos caprichos da criança, é como uma forma de se mostrar aos outros que é poderoso, pode presentear uma criança ainda em formação, com coisas bem caras e até desnecessárias para aquele contexto.
- Dois tablets, um smartphone...
Era uma lista enorme, só de produtos para adulto.
Em uma loja de departamentos que antes da “pós-modernidade” se chamava de bazar, os pais chamavam uma criança ainda aprendendo a caminhar, que estava dispersa, para ela escolher qual a bicicleta que ela queria. Por que não me perguntam para me darem de presente?
- Papai, por enquanto, eu quero só uma House of Solid Gold, The Beverly Hills Edition acompanhada de um Gulf Stream G650 ER, mais um giga-iate, com dois helicópteros para 15 pessoas na proa, duas casas mobiliadas e informatizadas e mulheres apaixonadíssimas à minha disposição, limpinhas, até de saúde. Paga papai?
Aí quando aparece uma Susane von Hichthofen, as pessoas não sabem, como uma menina criada com tanto carinho, pode matar os pais. Simples, porque carinho, amor, também significa dar limites, a vida é cheia de gente, não dá para pessoas criadas como príncipes, queiram que os outros sejam só a plebe a servir-lhes.
O problema em falar em dar limites no Brasil, é que as crianças e adolescentes, acham sempre que estão certos, mas com pais imaturos e cada vez mais maniqueístas, mais prepotentes, nem sempre o limite que dão, é para a vida, mas para impor sua visão de mundo, sua ideologia, sua religião. É muito difícil saber quem realmente está apenas exercendo sua personalidade, ou querendo ser impositivo sobre todos.  
Pelo visto, esse pensamento de uma elite cada vez menos inteligente, mas cheia de pose, que pensa que se pode ter tudo, é só bater o pé, é só dar pití, pronto, querer é poder, vai perdurar por longo tempo. Ou senão, a plebe cria consciência e dá um basta nessa vigarice, nesse comportamento de filho da puta e de vagabundo que pensa que Deus no Céu, ele na Terra e o resto se foda!

Um pessoal que faz tudo para se dar bem de qualquer maneira, sozinho, mas em público, é de uma altruísmo que dá até vontade de chorar.     

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