Eu estava pensando uma coisa, mas quando abri o computador, antes mesmo de pensar o título, uma ex-namorada ligou, acho que conversamos por mais de 2 horas direto, sem tirar. Perdi toda a linha de raciocínio e no fim, ainda levei o título de grosso, mal educado, essas finuras da vida. Ela deu uma fungada ao telefone, perguntei o que era aquilo, ela está gripada, disse que ela sabe, eu tenho o remédio para a cura, um chá especial, uma injeção inesquecível, ela rebateu como menina mimada.
Bem, hoje encontrei minha ex-companheira
Gina, na verdade, o nome de batismo dela é Ana Virgínia, mas desde a militância
política, ela assumiu esse nome. Apresentei à Dona Therezinha. Graças a Deus,
Dona Therezinha não a reconheceu. Quando éramos do Diretório Universitário, ela
e a Vanessa, deixavam os carros delas sem água no radiador, sem solução para
bateria, acabavam sempre lá em casa, para eu fazer o serviço. Cada uma, com um
Fiat 145, acho eu, uma vez, nós 3, onde hoje tem um viaduto, em frente de onde
era a Rodoviária, uma bifurcação onde havia um posto, em frente onde hoje tem
um supermercado Carrefour, acho eu, o carro começou a fumar, a espalhar fumaça
por todos os cantos. Tive de vir até em casa, dirigindo bem devagar, todo mundo
nos olhando, para verificar que era falta de água no radiador. Aproveitei e
completei a solução de bateria que lá em casa, havia aos montes e elas nunca se
ligavam nessas coisas. Um carrinho muito ruim de dirigir, Fiat era sinal de coisa mal feita, naquele
tempo, mesmo atolando o pé na embreagem, a marcha arranhava, quando era mudada.
Só depois que o Rodolfo, meu colega argentino de Economia que disputava comigo,
quem tirava as piores notas em Português, ensinou-me que não adiantava passar
marcha na embreagem, tinha de aprender a escutar o motor e passar no tempo. Aí
não arranhava mais.
Mas na época, Dona Therezinha se invocou
com a nossa convivência, a Gina e eu. Dona Therezinha dizia que ela era casada,
assim, como querendo dizer mais coisas, nós só vivíamos juntos etc., etc.
Lógico, éramos companheiros de lutas, fomos perseguidos juntos, tivemos de
ficar mais ligados, diante tanto da pressão que havia dos milicos, quanto do
Governo Mestrinho, fecharam o Diretório, colocaram soldados na frente da sede
do Partido, prenderam companheiros, estavam à procura dos Diretores do
Diretório Universitário que por coincidência, éramos nós, tivemos de dar
solução para nos encontrarmos e continuarmos fazendo o que estávamos fazendo.
Uma vez, quando a maré estava calma, decidimos, ela e eu, de irmos ao cinema à
tarde, ela me cedua a direção, quando eu peguei o carro dela para dirigir, o
sinal fechou, na rua transversal, passaram Seu Clovis, com Dona Therezinha que
iam à outra recepção oficial, olhando para o carro, nós dois sozinhos. Já viu!
O pior dos pecados, não está nos atos, mas no pensamento das pessoas. Tem
inclusive na Bíblia. O fato de pensar, muitas vezes, é mais pecaminoso, do que
a consecução dos fatos de verdade.
Na confusão da Parada Militar, quando
fomos vender cerveja, água e refrigerante ao lado do Palanque Oficial, e
aproveitar para a cada venda, distribuir um panfleto que perguntava se o Brasil
era realmente independente, talvez para os dias de hoje, bobagem, mas para
aqueles tempos de obscuridade, uma afronta, enumerando uma série de
dependências, quem foi designado para ir à avenida, desde às 4 da madruga, para
negociar local e produtos em consignação, fomos nós dois. Sempre éramos
escolhidos para missões que dependiam de duas pessoas decidindo. Depois que
corremos para o meio da parada, quando a polícia tentou nos pegar, os soldados
da PE foram tirar as bandeiras da UNE e da UBES, de onde havíamos afixado, em
um muro alto, antes das pessoas chegarem para a avenida, com umas pedras enormes
que caíram nas cabeças dos valentões, foi uma confusão generalizada, a banda
militar do Exército que passava na hora, saiu perdendo instrumento, nós
correndo no meio dos soldados desfilando, sem poder sair de forma, os PE’s
correndo atrás de nós, os espectadores começaram a vaiar os milicos quando
perceberam o que estava acontecendo, até aí foi fácil. Doutor Platão Araújo, que
era Secretário Estadual do Monstrinho e estava no Palanque, amigo da família, desde muito, ligou para os
meus pais, para dizer que eu estava tumultuando, junto com uns baderneiros.
Nessas horas, não éramos comunistas, nem subversivos, tão somente, baderneiros.
Pronto. Depois que nos livramos da repressão, que fizemos um plano de logística
para retirar, tanto os produtos, quanto o pessoal, antes de terminar a parada
Militar, porque estava na cara que eles deram um tempo, depois de reiteradas
vaias, mas estavam esperando acabar o desfile para nos comer no cacetete,
ficaram nos cercando de todos os lados, decidimos apelar para a retirada
rápida, inclusive com a intervenção de representante da OAB e do Deputado
Estadual, ou Federal Mario Frota que chegou a ir ao local, mas já estava tudo
resolvido, da Vereadora, ou Deputada Beth Azize, além de uma relação de
telefones de gente importante, inclusive o Ulisses Guimarães, tudo feito
através do orelhão da praça, decidimos ir para o apartamento dela, para dar uma
limpeza, uma faxina na bagunça. A repressão foi bem maior, quando, não sei
como, Dona Therezinha nos encontrou no Centro, bem longe da Djalma, ninguém
sabia onde iríamos ser deixados, era segredo até para nos, ela nos encontrou, fez
o maior escândalo e me mandou entrar imediatamente no carro. Desde então, nunca
mais falei com o Doutor Platão e só voltei a falar com a viúva, recém falecida,
depois que ele bateu o cacau.
Tumultuando estava ele, babando os ovos
da Ditadura, lambendo botas dos milicos golpistas, fazendo papel de menino de
recados, o papelão de dedo-duro.
Nós não estávamos sós. Ia uma turma
enorme, para ajudar a fazer a faxina. Já havíamos comprado até o frango assado,
o refrigerante, para manter o corpo ativo.
Depois dela deixar o Partido, casou, acho
que mais duas vezes e virou suplente do Arthur Neto no Senado Federal., todas
as vezes em que ele foi eleito.
Encontrei também, a General, uma menina
que malhava na mesma academia e ia vestida, com a farda do Colégio Militar. Ela
mesma se lembrou, da cara emburrada que fazia, quando eu a chamava de General.
Hoje está casada, é dentista, tem uma loja de podologia e conversando, quando a
apresentei à Dona Therezinha, como parente, todos somos Valle, ou Vale, também,
o irmão dela, urologista de mão cheia, já disse a ele que não tenho coragem de
consultar com ele, uns dedos daquele tamanho e pior, de uma grossura tão grande
que o Exame do Toque, acaba como estupro. Conversa vai, conversa vem, Dona
Therezinha conhece a sogra dela. Fui embora, porque era um papo de 1200 a.C..
Sou leso?
No fim da tarde, revirando os canais,
assisti ao debate entre os candidatos à Reitor da UFAm. O Sylvio Pulga, até
melhorou o jeito de falar e aquele jeito de netinho da vovó, mas continua muito
baba-ovo, muito focado só nas indústrias do Polo Incentivado de Manaus, e para
piorar, falou que foi professor do Josué Neto, do Hyssa Abraão, do Wilker
Barreto, ou seja, só peça rara, teria vergonha de citar e veio dizer que
recebeu o apoio do futriqueiro Vice-Governador do Amazonas, José Melo, até a
cara, é de puxassaco e do Arthur. Fosse no meu tempo de líder estudantil, seria
um tiro no pé, esses apoios e essas citações. Não sei como está hoje a UFAm, no
sentido de movimentação das diversas forças que atuam internamente. O Vice da
chapa dele, foi meu professor de Física, o Valtair, gente fina, mas daquele
tipo que não infloi, nem contriboi. Acho que quem era mais ativa
mesmo na Física, era a Glaucia, uma professora baixinha, cabelo ruivo, cheia de
sarnas no rosto, parecia o Cão, não parava um minuto, não andava, corria, entre
os blocos da Unidade e os blocos J e I, de Exatas, cheia de novas ideias. Foi
embora e não voltou mais. E a outra chapa, da Perales que eu tenho certeza que
a conheço, mas daqueles tipos que a gente só vivia discordando um do outro, eu
devia achá-la muito antipática, não lembro como, mas não me é estranha. O
Hedinaldo, candidato a Vice na chapa da Perales, é conhecido de longo tempo. Há
um tempo atrás, a Acácia me levou para uma festa dos antigos e novos agrônomos,
e ele veio falar comigo, já na condição de Vice-Reitor, estava até mais solto,
mais leve, mais congregado ao grupo. Tinha um jeito de filinho da vovó também,
mas até que parece estar bem melhor. Pena que a festa foi na época em que eu
estava tendo os piripaquis relativos à operação de vesícula e ficamos bem menos
tempo, do que aproveitar reencontra o pessoa, pelo tempo necessário. E nem pude
me integrar ao grupo, pois estava produzindo muitos gases e cada vez que
procurava um lugar distante para soltar sossegado meus flatos, minhas
flatulências, vinha um monte de gente, para conversar. O pior é que estavam me
chamando, para sentar à mesa onde estava a Acácia e conversar, ou então para
dançar, imagina! O próprio Vice-Reitor quis me puxar para a roda. Não sabia do
perigo que estava correndo. Não teve jeito. Tive de liberar os intestinos no
muro, onde fiquei, para não incomodar ninguém, mas mesmo assim, logo que liberei,
pensando estar sozinho, vieram até mim, para sentar junto, senti que o pessoal que
estava ao meu lado, interessado em conversar comigo, ficou incomodado com
aquele cheiro, digamos, aquele mau cheiro intestinal, mas, muito educadamente,
todos fizeram cara que nada havia acontecido. Eu que fui o produtor de tal monstruosidade
ignominiosa, estava querendo distância, os outros continuaram a conversa, como
se fossem insensíveis. Pensei que por colocar as nádegas para fora do muro,
para a direção do vazio que acabava em um descida, não voltaria a me incomodar.
Ledo engano.
Não sei, não sei, mas estou achando a
UFAm, como outros centros de ensino superior, tão elitistas, tão dentro de uma
redoma, como se estivessem à parte da sociedade.
Hoje de manhã, lembrei-me do Mucura, de
quando ele veio me perguntar o que era LIBIDINAGEM, pois estava, ou estávamos
sendo convidados a nos retirar do bar, porque o dono o pegou no banheiro e o
acusava de LIBIDINOSO, de estar promovendo a LIBIDINAGEM e ele realmente não
sabia o que significava aquilo. Escrevi a história do Seu Korocka. O dono do bar devia ser português. Não sei por
que, desde nossa puberdade no colégio, onde estudamos, temos sempre confusão, relacionada
com dono de bar português. Ele mesmo, o Mucura, saiu no jornal, quando ainda
adolescente, com nome e foto e tudo, talvez, porque o dono do jornal não
quisesse o namoro com a filha dele, foram presos, tanto ele, ainda adolescente,
quanto o Professor de História, que havia sido expulso do país, por estarem
bebendo no KatKero, cerveja, de madrugada. Na verdade, a intenção era tanto
denegrir a imagem do professor que foi expulso do Seminário Católico, quanto
atingir o pai do Mucura, ex-Governador que perdeu seus direitos políticos, logo
que foi implantada a Ditadura Militar. Tinha também, o Seu Delmar, tio da
Nathy, uma garota que foi contemporânea no Campus
Universitário, depois virou Diretora do C.A. do curso que ela fazia e ia se
reunir com os demais, nos debates de entidades de bases, no Diretório do qual
eu era Diretor, competia em beleza, para mim, só com a Norminha que era
Diretora da Engenharia, continua, para mim, muito atraente, enquanto mulher
bonita, que, quando a encontrei no aniversário da Isabel, de 50 anos, ou seja,
deve ter sido, uns 6 anos atrás, fiquei animado, mandei-a sentar no meu colo, queria
conversar com ela, não havia cadeira disponível, quis puxá-la para o salão de
dança que estava mais escuro e tinha m sofá enorme, mas ela preferiu dividir a
cadeira comigo, havia um monte de gente nos olhando, estava muito excitado em
revê-la, só não fiz mais, como gostaria, porque pensava que ela estivesse com o
George Jucá. E não tinham nada a ver. Mas o Delmar Jr., xará de Seu Delmar,
chegava no bar, em frente ao colégio, pedia refrigerante, ele dava naqueles
copos Nadir Figueiredo que todo mundo pensava que aquele Nº, significava Número
e recomendava que não o batêssemo-los no balcão que era de mármore. Tomávamos o
guaraná, tudo bem, tudo legal, todo mundo pousando os copos com o maior medo de
fazer o menor barulho, delicadamente, quando acabava, o Delmar Jr., batia com
força, o copo contra o balcão. Saíamos do bar morrendo de rir, aos berros de
Seu Delmar. Acho até que ele se divertia com isso. Como o vizinho do colégio,
onde nos pendurávamos na grade, para roubar limão caiano e ele soltava os
cachorros contra nós.
Mas, até hoje, parece sina, de vez em
quando, ser expulso de um bar.
Quando o Mini Maciste e o Wilhão tiveram,
o bar deles, fomos, o Mario, à época, a noiva dele, a irmã dela e eu, o bar
vivia lotado de gente, as garçonetes, principalmente a mais bonita de todas que
nunca me atendeu, acho que recebia ordens para não me servir, nunca, pois
quando ela estava servindo quem estava no muro, eu sentava, trocavam a
atendente, quando ela estava servindo as mesas pares, eu sentava, ela era
trocada, quando ela estava servindo as mesas lá fora, eu sentava, trocavam a
garota, quando esava servindo o corredor, sentava em uma mesa lá, de repente,
mudava a garçonete, acho que era marcação cerrada contra mim, mas nós
consumimos bastante, chegou uma hora que pedimos a conta. A intenção era pagar
o que devíamos,de verdade. Acho que ficamos esperando, por umas 2 horas,
acenávamos para cada garçonete que passava para trazer a conta, nada. Então
Bustela falou para levantarmos, irmos embora, pois de repente viriam atrás de
nós. Que nada, fomos embora e a conta ficou pendurada. Desde esse dia, quando aparecia
no bar, na maioria das vezes, sozinho, pagava 3 vezes mais, o valor de cada
coisa que eu consumia. O Wilhão dizia que era para pagar a conta que ficou
pendurada. Acho que pague a minha, a nossa e pelo tempo em que fizeram isso, a
conta de muita gente. Mas a culpa não foi minha, talvez, da desorganização
deles, ou delas. Imagina que eles me cobraram, e dos outros que talvez nem
tenham voltado, ou que eles nem perceberam?
A última vez que conectei com a ex-esposa
do Wilhão, ela estava muito zangada, por ter vindo a Manaus, ter me convidado
para sair e eu não dei as caras. “Perdeu. A Marissol – qualquer coisa do tipo,
nunca acerto o nome da garota – estava aqui em Manaus também, saiu e eu ia te
apresentar à ela”. Fica para a próxima. Próxima encarnação.
Quando íamos aos domingos, jogar peladas
de volley, no sítio do pai de Piroka, sempre parávamos antes, em um mercadinho
de uns japoneses, no Eldorado. Bustela pedia carnes, uma série de produtos,
quando o japonês trazia a conta, ele começava a gritar que era um assalto, para
chamarem a polícia, os outros clientes ficavam espantados com aquela gritaria,
mas o japonês, acostumado já, só fazia rir da palhaçada. Depois, Bustela pedia
outras coisas, “de brinde” e o japonês dava mesmo. Até outros quilos de carne e
de linguiças. Um desses domingos, não sei porque, o japonês não estava, ficou
no lugar dele, a esposa, uma cara de Godzilla misturada com Vingadores do
Espaço, quem não era, pelo menos criança nos anos de 1970, nem faz ideia do que
era isso, seriados japoneses de última categoria, equivalentes na qualidade,
aos filmes do Zé do Caixão. Quando
Bustela começou a gritar, a japonesa saiu de trás do balcão, pegou no braço
dele e o colocou no olho da rua. “Você não é bem vindo aqui!” Eu estava em
outra gôndola, tranquilo, sem fazer alarde, a mulher veio para o meu lado e me
mandou sair também. Mas eu? “Você também não é bem vindo aqui!” Acho que os
principais clientes, éramos nós. Passo por aquela rua, não existe mais o
mercadinho, têm um, ou dois bares no lugar. Eu hein!
NOVOS ÍNDICES
Acho que a ideia que tinha na cabeça,
antes de jogar conversa fora com a minha ex-namorada, era falar sobre novos
índices de medidas mundiais.
Tenho ouvido discussões, inclusive de
economistas, sobre novos índices que não computem apenas a produção industrial,
mas outros fatores, materiais e imateriais, inclusive, como a felicidade
humana.
Realmente, tenho visto que esses indicadores
da capacidade da sociedade, não condizem com a realidade. Talvez serviram, mas
há muito tempo atrás, defasaram-se.
Por exemplo, o PIB do Brasil que a
Direita Raivosa por se ver acuada com as conquistas sociais relegadas ao esquecimento,
desde o “Descobrimento”, até o Governo do PSDB, que nos tem colocado em
patamares de países de IDH alto, pelo menos, um passo para sairmos da mesmice
de excluir milhões, justamente os donos das riquezas desta terra, insiste em
chamar de PIBinho apesar do PIB do Brasil, seja como for, estar à frente de
muitos países antes, desenvolvidos, Primeiro Mundo, na verdade, não mede a
capacidade da riqueza nacional.
Há muito tempo, um representante dos EUA,
dizia que o Brasil era um país muito, mas muito mais rico, inclusive do que os
EUA. Naquela época, ele dizia que quando havia um desvio dos recursos públicos
nos EUA, era na base de no máximo, milhares de dólares, mas logo que fosse
constatado, iam buscar quem fez, quanto foi e os envolvidos, pagavam com juros
e correção monetária. No Brasil país que diziam, mais pobre do que os EUA e de
muitos outros, os rombos eram sempre na base dos milhões de dólares, nunca
baixo disso e ficava por isso mesmo, não devolviam nem o dinheiro em si, continuavam
desfrutando do respeito da sociedade e não eram crimes pontuais, mas quase um
instituto da capacidade nacional de se reerguer dos tombos. Segundo ele, fosse
nos EUA, já teriam falido, faz tempo. Foi justamente o que ocorreu no Governo
Bush. No Brasil, parece que não afetavam de maneira alguma, a economia como um
todo.
E olha, eu era adolescente, quando ouvi
isso, se conseguir chegar até 6 de julho, completo 53 anos e parece que pelo
menos nesse sentido, pouca coisa mudou. Maluf, Collour, Renan, Sarney, Irmãos
Lins, Amazonino Mendes, Eduardo Braga, para não falar de muitos outros.
Pois é, o PIB, ou o PIBinho, realmente
não condiz com a riqueza que temos.
Que outro país, faz um Engenhão há uns 6
anos, vira exemplo de grande engenharia mundo afora e logo, em pouco tempo, os
meios de comunicação internacionais, colocam-no, como um exemplo de dinheiro
jogado fora.
Que outro país perderia tanta gente,
tanta capacidade a empregar, tantas inteligências, quase que bimestralmente,
para tragédias que podem ser evitadas, desde muito? Enchentes, secas,
desmoronamentos, afogamentos... E mesmo assim, continua, como se nada tivesse
acontecido, mais até, sem dar a menor importância aos fatos, de verdade, do que
a China, país mais populoso do mundo.
A capacidade de adaptação do brasileiro,
hoje, tirado da Engenharia, chamado de resilência, e outro termo, vindo da Física, resiliência,
são enormes. Chuva após chuva, os paulistanos perdem móveis, alimentos, até
casas e carros, mas continuam vivendo, até a próxima alagação, como se fosse normal.
A cada ano, os ribeirinhos amazônicos são devastados por enchentes que todos
sabemos que vão acontecer, nada é feito para evitar que se percam corpos,
almas, inteligências, produção, capacidades, e mesmo assim, depois de enterrar
os mortos, resiste-se, refaz-se, como se fosse fichinha, diante da persistência
nacional. Todo ano, no Nordeste, perdem-se gados, terras agriculturáveis, até
mão de obra e capacidade produtiva, gente que nasce para ser espoliada por quem
vive da Indústria da Seca, e por conseguinte,
impede que os recursos sejam carreados para os necessitados e para as
necessidades, mesmo assim, no próximo ano, lá estão os mesmos, chorando pelo
gado perdido, pelo filho morrendo de sede, pelo idoso sem poder conseguir
forças para pedir socorro. Em pouco tempo já se recompõem, para ver a mesma
sina, calados, como se fosse o destino, vontade de Deus, sei lá o quê, no outro
ano, tudo novamente, como normal.
Se medíssemos a riqueza de um país, a
partir do desperdício, o Brasil seria, pelo menos, o segundo colocado. Se esse
desperdício fosse convertido em benefício de todos, aí, não seríamos
emergentes, mas o país, disparadamente, mais rico de todos.
As empreiteiras, velhas conhecidas das
CPI’s, continuam a determinar as obras. Muitas desnecessárias, frente a tanta
carência de infraestrutura. As adutores em Manaus, rompendo, dando prejuízo
encima de prejuízo às famílias, atrapalhando inclusive o direito de ir e vir do
cidadão, da produção e o Amazonino que privatizou o serviço de águas e de
esgoto da Cidade, amarrou, nesta sua última gestão, ainda mais, para garantir a
permanência da empresa, que determinou que o juizado arbitral para decidir
sobre a quebra de contrato, seja no Canadá que não tem nada a ver com Manaus,
muito menos com o a História do Brasil, mas mesmo assim, ninguém faz nada,
ninguém se rebela, fica por isso. E mesmo assim, ainda vem aliado ao Governador
e ao Senador Nascimento e com a maior cara de pau, com o beneplácito de muitos
empresários, cidadãos “decentes”, de doutores e tudo o mais, candidata-se e
assim mesmo, acaba sendo eleito, com tanta gente a fazer esquecer o que sempre
não fez, como um grande feito, por ser da tal Base Alijada, Base Alienada, Base
Malfadada, é bem capaz de receber as bênçãos da máquina do estado e seja votado,
como o foram e são, os Irmãos Sousa que até hoje, estão livres, sem serem
julgados, por serem parte interessante ao Poder Judiciário do Amazonas que
segundo o CNI, foi o mais vergonhoso e pelo visto, pouco afetou, sua capacidade
de ser inoperante, ou eficaz no caso de defender os interesses de bandidos.
Aliás, a máfia dos 3 Poderes no Amazonas,
até dificulta que se julgue questões danosas para a maioria. Coloca-se um Ary
Moutinho como Presidente do Tribunal, conhecido por negociar cargos com os
outros Poderes, para a família, mais um desses interioranos que vêm à Manaus,
como se caráter, moral, ética e dignidade, não fossem matéria escolar, nem
lição de família, com a intenção de se dar bem de qualquer maneira,
principalmente da maneira menos digna, que até para os processos subirem para
as instâncias superiores, como o STJ, é preciso que o Ministro, o Corregedor,
venham buscá-los na marra, pois eles se blindam, como podem, neste território
de Al Capones.
Eu tenho a vaga impressão de que os 3
Poderes, da “democracia” brasileira, estão fazendo obras, deixando legados sem
valor algum, sempre superfaturados, sempre caros, cheios de adendos, demorados
além da conta, pois a política, ou a função do Poder Público, não é resolver
problemas, dar qualidade de vida aos concidadãos, mas somente, roubar. Vai se
formar bilionários da noite para o dia, sem grandes obras, sem nenhum valor
educativo, só nos conluios, nos conchavos, de se calar diante dos malfeitos,
das malversações, por ser “amigo”, “aliado”, coisa que o valha. Tenho
desacreditado imensamente, em todos e em tudo. Quem não se aliar aos marginais,
pode acabar inclusive morto. São bandidos colocados nas posições chaves, Brasil
afora. E quanto mais distante da grande mídia, mais fazem o malfeito, mais se
aliam, para repartirem o assalto. O que se tem gastado com porcaria, obras
feitas com cuspe, como diz Tia Ivete, como o desvio de veículos para a entrada
do Campus da UFAm que levou meses e
muita grana, e foi entregue, não faz um mês, está todo cheio de buraco, o
asfalto cedendo como pasta de sanduiche, ou a Ponta Negra que uma gang que já atuou no recapeamento do
Distrito Industrial e também não o fez, está enriquecendo, sem ao menos ser
incomodada e se acusam as vítimas de afogamento, de bandidos.
A ONU reclamou ao Brasil, o excessivo
número de presos. Mas só ladrão de galinha. Esses que ganham para asfaltar o
DI, para destruir a Ponta Negra, os engenheiros do Engenhão, os pilantras da
Manaus Ambiental, os que acabam de fazer uma ponte e a ponte racha, os bandidos
que foram pagos para fazerem as defensas da Ponte que Partiu do Iranduba para
Manaus e até hoje, não tem previsão de entrega, as empreiteiras que ganharam os
tubos para fazerem as obras para o Programa Minha Casa Minha Vida, e acabam
transformando-o em Meu Moquiço é Um Perigo, Minha Favela é Financiada para me
Roubarem, alguma coisa dessas, nunca são pegos. Sempre têm uma desculpa
esfarrapada que a Justiça aceita de bom grado. Por serem iguais. Depois dividem
os roubos.
De computássemos essa falta de compromisso
com a coisa pública, os aumentos graciosos que os parlamentares se dão, apartados
sempre da realidade nacional que eles dizem representar, o desperdício da
produção de grãos, espalhada no caminho, desde o produtor, até o navio
graneleiro, os desperdícios de peixes e de horti-fruti, ao fim de cada feira,
daria para alimentar todo mundo, estocar por décadas e ainda, negociar o
excedente da produção, não só de commodities,
mas inclusive, de ideias, de patentes. Nosso desperdício continuado mostra quanto
nossa produção é grande, quanto nossa riqueza é imensa, quanto nós somos
roubados de todos os lados e mesmo assim, conseguimos sobreviver, sem nos
importarmos em querer mudarmos nada, de lugar, nem de modus operandi. Votamos no Amazonino, no Braga, no Maluf, no
Sarney, nesses mesmos tipos, talvez, por sermos imensamente religiosos e com
isso, masoquistas, sem fim. No dia que pretendermos mudar; que exigirmos que se
construam em tempo hábil; que planejemos a vida nacional; que não permitamos
que se atrasem obras para colocar mais um termo aditivo ao projeto e com isso,
a cada novo termo, a obra dobrar astronomicamente de preço; no dia em que ao
invés de acharmos bonito destruirmos o que pode nos servir, tivermos a
capacidade de aproveitar toda essa riqueza que temos e jogamos no lixo, quem
sabe, o PIB, ou outro índice mais confiável, talvez o PIF, como proposto,
Produto Interno da Felicidade, seja espetacular, até nós não vamos acreditar na
nossa capacidade.
A Isabel veio domingo aqui em casa e
estava falando da ex-esposa do Enéas, meu primo. Ela que é profissional da ONU
e atua e programas para países carentes, segundo o filho que esteve no Brasil,
está mais serena. Dizia que a Susane, está mais tranquila, sem stress, pois voltou a morar na Alemanha,
sua terra natal e deixou de atuar no Haiti.
Ela tem uma visão de mundo, mais ou menos
parecida com a minha. Nas praias do Rio, achava uma falta de respeito, aqueles
idiotas levarem seus cachorros e esses, ficarem pulando por cima de todo mundo,
jogando areia, puxando as toalhas quem nem conheciam, os pitbulls, soltos entre uma multidão, para malharem a mordida, em
pneus colocados acima de postes, em Manaus, quando Enéas a levou para conhecer
a Praia Dourada, logradouro que ele adora, ela se indispôs com os donos dos
carros que chegavam, colocavam seus veículos na praia, abriam todas as portas e
colocavam seus sons mais alto do que o outro, como se todos quisessem ouvi-los
e se tivessem pedido, pelo menos licença a quem estava ali e parecia ser
invisível. Enéas nessas horas só sabia dizer: “Susane, aqui não é Alemanha!” Deve ser mesmo. A Alemanha, está resistindo
apesar de todas as crises, levando a Zona do Euro, sozinha, por ser organizada,
ter aprendido a planejar, a produzir mais e desperdiçar menos. Não por menos,
tem muito, mas muito mais compositores famosos, cientistas que contribuíram com
a Ciência, pessoas que se destacam com a inteligência, ao invés da esperteza,
da vilania. Aqui, estamos vendo que
querem nos fazer de lesos, mas mesmo assim, aceitamos calados e consumindo a porcaria
que nos mandam.
O Deputado Salafrarius roubar o que
deveria ser de uso comum a todos, é comum. Errado, mesmo, ou incomum, é o
cidadão reivindicar. Aí, meios de comunicação, poderes constituídos, até
sindicatos pelegos, fazem de tudo para colocar o cidadão como otário, como
tolo, como alguém que não sabe o que está falando, justamente para que prossiga
essa falta de vergonha generalizada, de desperdiçar o que um dia vai nos fazer
falta. Deus até pode ser brasileiro, mas este é um problema bem terreno, que
podemos resolver, sem esperar por milagres. Depende se realmente queremos. Ou
se pensamos “chegar lá” e repetir as mesmas ações dos mesmos que nos
desventuram há tempos.
Voltando à Susane, lógico que ela está
menos stressada. Imagina ver o Haiti
onde se mandou as tropas do Exército Brasileiro, para não fazer nada, apenas
“dar segurança”, para um povo que precisa de desenvolvimento, de Educação, de
produção, emprego e esperança no porvir. Petrópolis, até hoje, do mesmo jeito e
novas tragédias, do mesmo jeito, os recursos desapareceram. Colocam-nos a ideia
de que tudo o que é bom tem de ser demorado. Muito pelo contrário, tudo o que
se tem realmente de executar, de raciocinar, encima do saber, é sempre mais
lépido do que as coisas feitas por quem tem muito pouco conhecimento sobre a
questão.
Enquanto isso, em muito menos tempo, o
Japão que sofreu um tsunami, um terremoto, sinistros nas usinas nucleares, ou
seja, mais de 60% da geração da energia do país,vem da energia atômica, está reconstruído.
Dia desses, não sei onde, entrevistaram os japoneses, sobre o que achavam da
reconstrução do país.
- Três meses? Muito tempo. O Governo foi
muito lento.
No Brasil, uma nova estação de metrô,
leva anos. Uma nova ferrovia, quase séculos, como a Norte-Sul. E às vezes nem
sai. A transposição do São Francisco, desde quando eu tinha uns 20 anos, até
hoje, ainda no início. A demarcação das hidrovias na Amazônia que ligariam, ou
melhor, escoariam a produção, via Oceano Pacífico, até mais barato para o
produto nacional no mercado internacional, ainda está em discussão. Tanto faz
ser Ditadura Militar, Império Português, Governo Popular, parece que há todo um
arcabouço que não deixa que se veja o mundo com outros olhos, senão, o da
brincadeira com coisa séria. Ou seja, como disse dia desses, não adianta
querermos ser grandes economicamente, enquanto não mudarmos nossa cultura de
povo, onde parece que ser grande, ser rico, parecer o cara, é desperdiçar, é
usar os produtos pela metade, demandando mais recursos naturais, é ver o outro,
como brinquedo, como bicho sem nenhum valor, e quando precisamos valorar nossa
riqueza, a culpa é do Governo, só. E nós que ganhamos com a preguiça, com a
falta de planejamento, com a falta de capacidade de fazermos fluxogramas de
produção, de verdade, com a mania de nos valermos da desordem para nos
locupletar com a miséria humana, inclusive votando em quem sabemos, é
incompetente, ou pior, desleal, para nos favorecer individualmente? O Governo,
o Parlamento, até o Judiciário, são reflexos desta nossa falta de caráter
ético. Quando um povo se sente afrontado por golpistas ignorantes que só chegam
lá, na base da incapacidade, para preservar a bandalheira, grita, esperneia e
exige mudanças. De outra forma, sente-se muito bem representado.
Daqui a pouco, todo o esforço para tirar
da miséria milhões de brasileiros, vai ser inútil, diante dessa politicagem de
Base Aliada, de guerra PT X PSDB, de gente que se sabe, completamente
despreparada que se vale do erário, para enriquecer e daí, começar a ser visto
como grandes coisas. Muito da culpa de tudo ser como é, nem é deles. Essas
porcarias de gente que se querem elite, são reflexo de nossa incultura, da nossa
prática diuturna aética generalizada, desde o ABC, onde nos é ensinado a dar
golpes, para sermos gente, ao invés de sermos gente, para contribuirmos como
cidadãos, até a conclusão do doutorado que ao invés de se pensar em contribuir
como todo, pensa-se em se valer em benefício próprio.
Somos muito, mas muito ricos. Não
fossemos loucos de rasgar dinheiro, de jogar no lixo de queimá-lo, como papel
sem valor, seríamos inalcançáveis.
Nosso PIB pode até ser fraco, mas nosso
poder de querer viver na miséria se computado, deixaria todos os outros, mundo
afora, boquiabertos.
O Brasil está fazendo obras, para serem
interditadas, não por falta de capacidade de seu povo, mas por uma cultura,
onde bonito, ainda é acender charuto, com nota de dólar. Eu sempre digo, a alma
dos Coronéis de Barranco, dos Senhores de Escravos, dos Seringalistas, desses
“nobres” de uma elite que pensava o Brasil, como celeiro do desperdício, deixou
herança muito arraigada, deixou seus filhotes, pensando como manter essa cultura
danosa que não nos deixa ser ricos de verdade, por, talvez, sermos muito pobres
de espírito.
Ia falar sobre as medidas da democracia,
mas já são mais de 1:00h da madruga, tenho de acordar cedo, devo tentar dormir,
ainda vou comer alguma coisa, pois estou no quarto, antes mesmo do Jornal
Nacional e o Jornal da Record, quando pensei escrever logo, tomei o banho, ler
o jornal e fui interrompido.
Só para não perder o raciocínio, os EUA
querem sair da crise que provocaram, no Governo Bush, com crises mundiais? De
novo. É a Coreia do Norte que está atiçando os ânimos, ou os EUA, para fazer
guerras? A Coreia, até pelo que conhecemos, é do Oriente. Os EUA, se sente
ameaçado, na América, como a Inglaterra que insistem em encenar aquela cena
patética de dizer que as Ilhas Malvinas sã deles, vêm de longe, e quem vive no
lugar, tem de aceitar suas imposições? Democracia? Onde. A queda de Saddam
Hussein, não é muito diferente do assassinato de Allende, quando se quis fazer
do Chile, laboratório do Neoliberalismo e deu no que deu. Talvez até pior, pois
foi sob uma mentira e mesmo assim, embutiu-se um Governo de Marionetes no
Iraque, para dominarem onde pudessem pilhar a riqueza alheia. Estamos precisando repensar o índices de
democracia, pois o que temos hoje, são muito fracos, diante de ditadores, com
os meios de comunicação nas mãos, deturpando as notícias.
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