terça-feira, 22 de setembro de 2015

VAMOS DEIXAR DE FULEIRAGEM!


22 de setembro de 2015
Vamos esclarecer as coisas. Eu sou a favor de impostos e muitos impostos. Não sou a favor de se cobrar e se oferecer serviços de péssima qualidade. Se é cobrado um valor, tem-se de oferecer serviços à altura, ou melhores.
Outra coisa, não sou, só contra a CPMF, ou o nome que se der. Sou contra a carga tributária indireta, pois favorece só os mais ricos e pune os mais pobres. O Brasil passa por uma crise? Diminua-se a carga indireta e aumente-se a carga direta. Já. Quem fez a crise? Pague.
Imposto de Renda a partir da faixa salarial de cada um.
De R$ 2000,00 à R$ 3500,00, IR= 5%
De R$ 3501,00 à R$ 5000,00, IR=10%
De R$ 5001 à R$ 10000,00, IR=15%
[...]
De R$ 20001 à R$ 30000,00, IR=30%
De R$ 30001,00 à R$ 100000,00, IR=45%
[...]
De R$ 100000,00 à R$ 200000,00, IR=60%
Só como exemplo. Depois, por que não se taxam as grandes fortunas e as grandes heranças? Imediatamente. Um país conhecidamente injusto com a distribuição de riquezas, que desde muito, alguns poucos, desde quando os Paulistas, ou os Bandeirantes matavam indígenas, roubavam nossas riquezas para mandarem a Portugal e ao Vaticano, para “pagarem” seus pecados, passando pela  Escravidão, não obstante, todas terem sido vergonhosas, a nossa, a mais cruel, a mais longa, a com mais escravos, foi sem dúvida, a mais indigna e os herdeiros daqueles desgraçados Senhores de Engenhos, Senhores de Escravos, ainda se arvoram a se diferenciar da pessoa comum, por causa daquele montante que só faz crescer e não contribui com quase nada, ao desenvolvimento nacional.
O Manifesto do Parido Comunista, de Marx e de Engels, já fala em imputar grandes fortunas e grandes heranças, como um meio de não permitir desníveis de riqueza, tão grandes, enre os cidadãos; a Ingaltera e a França, segundo Piketty, só saíram da grave crise depois das Revoluções, onde o estado estava falido, taxando pesado as grandes fortunas, as grandes heranças; um país nórdico atual, não lembro qual, se Finlândia, Noruega, ou outro, vai aumentar o impostos cobrados dos ricos, para receber os imigrantes que se deslocam à Europa, no Brasil, colocar em pauta de discussão, não é nem cobrar, já causa uma tentativa de golpe.
É porque os governos têm sido covardes. Ao menor sinal de golpe, para manter os herdeiros daqueles assassinos passados, chamaria cadeira de rádio, televisão, internet, o Diabo a quatro e conclamaria o povo a reagir e explicaria que o golpe, é justamente para voltar ao Brasil concentrador de rendas e riquezas, para a mesma minoria que já infelicitou o país por mais de 500 anos.
Queria ver que se faria de besta.
É um instituto constitucional, o Presidente pode se valer das cadeias de comunicação, fica todo mundo calado, enquanto os golpistas inventam seus factoides. Em 1064, havia um senhor, chamado Luiz Carlos Prestes que era militar, megalomaníaco, nenhuma análise de conjuntura sua, batia com a realidade que no dia do golpe militar, conclamou Esquerda a não reagir, para “evitar um banho de sangue”. Foram 21 anos sangrando pelos brasileiros que não se vendiam à defesa dos interesses do capital estrangeiro. Esse tipo, hoje, está morto, mas parece que deixou lembranças.
Está na hora de defender o estado de direito, de um jeito, ou de outro.
O Judiciário, fazendo propaganda aberta, das propostas da oposição, tomando partido, a media deformando a notícia, os empresários com suas organizações representativas, falando que é absurdo 13 anos de governo, enquanto eles mesmos, ninguém fala, estão entronizados nas CNI, FIESP etc., por décadas. São sim, representantes políticos. E depois de se lutar tanto pela redemocratização do país se vai permitir que voltemos ao estado de trevas, porque uns espertalhões querem continuar “mamando” sozinhos e outros, não se conformam que são perdedores?
(...)
Outra coisa, vamos quebrar o paradigma de que o serviço público tem de ser de péssima qualidade. O cara faz concurso para o setor estatal e parece que se acomoda, em ser funcionário com estabilidade. Não sou contra, mas sou contra a manutenção desse pensamento arcaico.
Dissemina-se esse pensamento, mas ninguém diz que a maior empresa, ainda é a PETROBRÁS. A pesquisa do Pré-Sal, utilizada agora, até nas grandes economias, foi feita pelos funcionários da PETROBRÁS. Quase 100% das pesquisas no Brasil, são feitos no setor público e o setor privado só faz se apropriar, sem remunerar dignamente. Ou seja, tantas e tantas qualidades do serviço público, mas é conveniente para uns tipinhos, até despreparados intelectualmente, deixar que se pense que a iniciativa privada, é a maior maravilha, só tem tomada de decisão competente, só gente comprometida, só gente qualificada e o do outro lado, a escória.    
Eu digo, por experiência própria que a Administração, é a cara do administrador. Tanto faz, público, ou privado. Se o cara for incompetente em gestar qualquer coisa, em gerir uma setor, pode ir à Marte, dirigir a NASA, ou a Apple que vai ser e apresentar uma produção de merda. Pode mascarar, mantendo o mesmo rami-rami, como se não houvesse outra saída, mas é visível quando o administrador, nem administrador é, apenas um capataz para tratar mal, tanto o cliente externo, como o interno – como se diz em Relações Públicas que lida com clientelas, tanto o fornecedor, quanto o funcionário, como o consumidor final.Todos somos clientes -.   
Quando era da Secretaria de Saúde, Dona Norma, minha chefe evangélica e muito digna, por uma história pessoal nobre, chamou-me e perguntou se eu podia assumir  um setor, complicado, que ninguém dera jeito, etc.
Em pouco tempo, recebíamos elogios, pelo menos, dos que me lembro, 3. Um médico conversando comigo, falou que nunca fora tão bem tratado em um órgão público. Nem precisava de comando, reuníamos às sextas-feiras, cada um assumiu uma tarefa e eu pedi apenas que se tratassem as pessoas, com respeito, com dignidade, percebessem que tudo o que se pudesse fazer na hora, melhor, pois muitos, só podiam vir em um determinado horário, alguns, só com um dinheiro contado da passagem, não dava para pensar que todo mundo tem um veículo próprio, com ar-condicionado e pode se deslocar e sair do trabalho, a qualquer hora. Não interessava que fosse o Doutor Mandrião, ou o serviços-gerais Minhoquinha, todos eram tratados com respeito, dignidade e atendidos da forma mais prestimosa que se pudesse atender. Esse negócio que é difícil “ensinar o subalterno”. É, para quem não entende do que é o cargo de chefia, liderança. A culpa, nunca é do mais baixo no organograma. Se a empresa é uma merda, a culpa é do cargo mais alto. No Brasil se invertem as coisas. A culpa é de cima. Quem dá ordens, quem faz a missão da empresa, quem planeja as políticas adotadas, não pe o chão de fábrica, é o CEO, o Presidente, o Administrador Geral, como se chamar. A culpa é sempre do mais alto no cargo de chefia.
Não é só esse exemplo, de mudanças de rumo, em setores problemáticos que de repente deram resultados.
-...-
Mas o que eu tenho repetido. Precisamos ensinar ao brasileiro a se respeitar. Quando aprendermos que todos somos merecedores do melhor, vamos até ter uma economia melhor, vai afetar várias áreas do país. Quem sabe, outro estudo sobre a administração no Brasil, diga algo melhor do que disse recentemente, que os cargos administrativos, são uma bosta. E não discriminou público, ou privado. É uma merda generalizada. Muita gente despreparada que antes de dar solução aos problemas, quer apenas um cargo, para acariciar o ego e ganhar mais. E aí, o ego não estudou nada de como dirigir uma empresa, no sentido amplo, acaba em fezes fedidas.
Condicionam-se coisas que não têm nada a ver.
- Se eu atender bem no serviço público, vou deixar de ser eficaz e vou diminuir minha produção.
O que tem a ver, o cós com as calças?
-...-
Uma vez, falando de ser respeitado, perguntaram a um empresário de relevo, se ele não tinha medo de perder o respeito dos funcionários, porque jogava pelada com todo mundo, tirava um dia para o churrasco, entre todos e ninguém o chamava de senhor, só se dirigia a ele, por você.
- O respeito não está pronome. Podem muito bem me chamar de senhor, mas de uma maneira desrespeitosa, como pode me chamar por você, até de maneira carinhosa. O respeito está em saber dialogar entre todos, ouvindo e falando o que se pensa, sem impor.  Saber que assim como eu, penso, outros também podem contribuir com a empreitada, mesmo que tenham menos conhecimento. Isso é respeito.
Dia desses, nem sei onde, acho que na Globo, a história de um garoto que foi atropelado e perdeu as duas pernas e a irmã morreu. Caso típico e desrespeito com o próximo. Primeiro, muitos motoristas, não só de ônibus, atrás de um volante, são quase como super-homens. E aí eu me lembro de uma das palestras, do dono da autoescola, nos idos anos de ’79.
- Agora vocês vão receber a CNH. Muitos vão pensar que por terem a carteira, podem tudo. Não vão ser multados, pela falta do documento e isso é tudo, mas esquecem que os outros, também são humanos. Às vezes uma desatenção às normas, pode causar danos aos transeuntes, como também pode causar danos materiais, em batendo o carro. E mesmo que se ache que não é nada são dias sem o veículo, é aporrinhação para consertar, ou mesmo, comprar outro é muito transtorno que se pode evitar, com medida simples, observando as regras. Mas se esquecem, com toda a euforia, que não só podem causar danos aos outros, mas que também podem ser vítima. E mesmo com a CNH em mãos, não tem quem tire uma perda de um membro, ou mesmo a morte de um ente querido, ou de si. Ou o estado vegetativo numa cama, para sempre.
Ainda hoje, muita gente sem ter passado por uma autoescola que decaiu muito o nível, desde quando eu estudei numa, onde treinávamos Psicotécnico, Legislação, no meu caso, Máquinas e Direção, ainda acha que dirigir é engatar marchas e usar os pedais. Não é só deslocar o carro.
Aprendemos Direção Matutina, Vespertina, Noturna, na grama, na lama, no asfalto, com chuva, no lusco-fusco - quando nenhum farol ajuda, fica aquela luminosidade de fim da tarde, atrapalhando a visão etc. - e até trocar pneu e o óleo do carro.
Quando nos anos passados de ’90, uma ex-namorada fez a autoescola, além de quem orientava ser eu, as aulas eram muito insipientes, até a baliza, eu que fui me informar, montei o material, pois o instrutor era muito ruim, sabia menos do que eu. Numa rua de periferia, descida íngreme, rua estreita, crianças na calçada, ela com o pé no acelerador e o instrutor, conversando comigo, virado para trás. Falei que tinha de diminuir a velocidade imediatamente, primeiro, pelas condições da rua, segundo por causa de crianças que são sempre inconstantes, depois, por causa de uma descida, o freio- motor tem de atuar, depois, se perdesse o controle, seria um acidente feio. É nesses momentos que o instrutor tem de abrir a mente do instruído. Se uma criança de repente, entra na pista de rolamento, na velocidade que ia, num declive, rua esburacada e sem asfalto, ela e até ele, saberiam tirar o veículo de um giro de 180°? Nem ensinou sobre como retomar um carro, numa derrapagem, ou numa saída de traseira, dianteira, direção 4X2, 4X4, tração dianteira, tração traseira, o que muitoa gente não sabe e uma derrapagem simples, acaba em acidente fatal.
 Voltando ao acidente com as crianças, podia muito bem, ser evitado, caso tivéssemos o senso de respeito conosco e com o próximo. O motorista, vendo crianças, reduziria a velocidade do veículo. Depois, a empresa teria de assumir sua parte. Mas tem muito brasileiro que na hora de ser valente, é o Hulk, na hora que dá merda e assumir sua parte, aí vira covarde.
-...-
Outra matéria, de um motorista que causou um acidente feio, “tentando desviar de um cachorro”. Pelo menos pela autoescola que eu frequentei, não passou.  Era uma das principais lições. Calcular o menor dano. Se atravessa um cachorro e o trânsito está intenso, desviar, ou passar por cima do cachorro? Bater o carro no poste, ou entrar na outra faixa?
Foi o que aconteceu, indo na direção da estrada, na rotatória do Parque Dez, no carro da autoescola, o cachorro atravessou de repente, não tinha como desviar sem causar mais danos, o cachorro deu uma porrada com a cabeça, na porta do passageiro e voltou. E se aprendia até a reação dos animais. Gato vai em frente, sempre. Cachorro faz que vai, volta e acaba “fondo”. Pássaros voam, é muito difícil atropelar um, por isso, em frente, sempre. Pessoas, dependendo da faixa etária, seguem em frente, correm, tentam chegar ao outro lado, ou voltam.  Ninguém sabe mais nada disso.
Um gaúcho que é chato pacas, filiado ao PSDB, taxista, quando conversava sobre essas lições da autoescola, achou que era muita frescura.
- Inventam até um tal de lusco-fusco?
Eu estava conversando com Dona Therezinha.
Esse, duvido que saiba desviar a visão de um farol alto, dirigir no lusco-fusco, bate, com luz intensa no retrovisor, não sabe nem para que serve a mudança de altura do retrovisor interno. Tem gente que anda com o retrovisor, já com o efeito de não ofuscar. Não adianta. É o velho jeitinho que parece ter se instalado.
Mas, como diz Piketty, toda economia, quando é fuleira, a corrupção impera, o serviço público é de péssima qualidade, assim que a economia evolui, diminuem esses problemas. Esperemos que o Brasil desenvolva, mude a cabeça de profissionais que só pensam em se dar bem, sem oferecer a contrapartida da busca de soluções, eles mesmos, problemas.
TRE BIOMÉTRICO
Ano passado, quando começou em Manaus, a mudança de parâmetros para mudar o título de eleitor, passei no TJ-Am e encontrei um pessoal conhecido, inclusive o Miguel Alencar e ficamos conversando tanto que quando decidi ir ao TRE, ao lado, a moça falou que se eu tivesse chegado, três minutos antes, teria sido atendido. A meta do dia havia sido alcançada.
Voltei no outro dia, bem cedo. Ainda era o início, poucas pessoas procurando o serviço, então esperei, chegou a minha vez, tirar a foto digital. Eu já estava ficando invocado. Uma, duas, três, quatro.
- Ainda não está boa.
- Olha, eu sou feio mesmo, não tem jeito, só chamando um mágico.
- Não, por favor, passe o lenço na testa para tirar o reflexo.... Vire um pouco para a direita, um pouco para a esquerda, está bom aí, um pouco para cima, mais para baixo. Já estava ficando puto. Chegou a hora da impressão digital digital. Cada dedo, umas cinco vezes, pelo menos. A moça não acertava nunca. Ou apertava fraco, não aparecei, ou muito forte, o sistema dava falha.
- Vai dar certo!
- Claro, até o dia da próxima votação, podemos ficar aqui, mas o TRE oferece almoço, lanche, disponibiliza pelo menos umas redes? Por mim, a gente fica até a próxima eleição. Não precisa ter pressa.
Saí dali, fui plastificar. Pelo menos três bancas, dos funcionários do TRE, no espaço público, ficam indicando as pessoas.
- R$ 2,00, o plástico é fuleiro. R$ 3.00, é um plástico bom. Se tiver mais de um documento para plastificar, 2 por R$ 5,00.
Lógico que eu fui no menos fuleiro.
Passou Natal, Ano Novo, Carnaval, meu aniversário, tudo, chega uma notificação do TRE: “Por favor comparecer ao TRE para resolver problema com seu título eleitoral!”
Hoje, tudo é na base do golpe, fui procurar o telefone do Tribunal e liguei. Se fosse golpe, ligando o número do documento, não serviria para nada.
- Sim senhor, houve um pequeno problema no seu título.
Pequeno problema para eles. Ainda dão a hora para comparecer: “8:15h”. A hora do rush. Lá fui eu, bem cedo.
Sobe, desce, sobe de novo, até que encontrei Dona Fulana de Tal que não estava no setor dela.
- O senhor está cansado?
- Um pouco. Com este peso todo, subindo e descendo esta escada, é até normal que eu esteja cansado, suado...
- Eu vou acelerar o seu atendimento.
Não suporto passar na frente dos outros, mas no serviço público, tem disso, de se atender pela roupa, pela cara do freguês. Encontrei até a Nazareth, minha ex-chefe que também estava fazendo o recadastramento. Não, recadastramento, é quando se vai a primeira vez. Nós estávamos fazendo o rerrecadastramento. E tomara que seja o último.
As digitais digitais, até que dessa vez, foram céleres. Mas a foto.
- Por favor, baixe o ombro esquerdo e levante o direito... Coloque o ombro o direito para frente, o esquerdo para trás. Suba o tronco, desça a cabeça para a esquerda...
- Vem cá, eu tenho problema de coluna, sou troncho? Já estou ficando preocupado.
- Não o problema não é do senhor, é a posição da máquina.
Ora porra, não é mais fácil colocar a máquina em uma posição que não se precise ficar cansando com essa brincadeira? A pessoa é que tem de se entortar toda e esperar na posição, até a atendente acertar a melhor foto.
Depois assinatura digital. Até aí, tudo bem.
- Escolha a zona que seja melhor para o senhor.
- A mesma!
- Não pode, estamos remanejando as zonas.
- Eu gostava da minha 1ª Zona, 136. Desde que eu tirei o título, sempre votei no Ângelo Ramazzoti. Quando morava na São Luís, ia cedo e pronto, um quarteirão. Depois era seguir para a boca de urna. Era legal, nos dois sentidos, de ser uma festa democrática e ser permitida. Quando morava na Paraíba, era ainda mais perto, escolhia ir pela Paraíba, ou pela Recife que sempre tinha mais cachorros na rua. Era nos fundos de casa. Era chegar, entrar, votar e voltar. Não tinha quase ninguém. Agora que o pessoal está muito deslumbrado, ostentação é antônimo de humildade e sinônimo de soberba, depois que as “dondocas” e uns homens meio efeminados, mudaram seus títulos para lá e quando iam, ou vão votar, os colunistas sociais acompanhavam, para colocar no dia seguinte, como se votar, fosse um exercício de desfilar as grifes mais caras. Todo mundo fazendo pose, como se fosse o candidato majoritário, um desfile de grifes como nunca antes. Muita coisa nas mãos e um vazio interior danado.
Sempre fora uma zona de pouca gente, principalmente na sala onde eu votava.
Nas eleições passadas, fui votar, tomei até um susto. Estava lotado o colégio. Câmaras fotográficas, de TV, gritos deslumbrados, parecia torcida organizada, para entrar, era preciso pedir licença, porque uma multidão à porta, parecia um mercado de Paris, ou algo parecido. Quase dou uma trombada com a ex-Primeira Mulher-Dama. Ela vinha como uma Marilyn Monroe no tapete vermelho, tão empolgada, olhando para a audiência, parecia que era a protagonista de um monólogo com uma plateia lotada, tive de segurar a onda dela. E as câmaras seguindo, o ex-Governador Omar Aziz, no centro do átrio do colégio, quando me viu, virou a cara. Graças a Deus. Como dizia o Cabeção: “não pagas as minhas contas, minha alimentação, minha casa, nada, então, f...” Mais um com quem não falo. E política, pode ser uma coisa duradoura, ou passageira, como tudo na vida. Um cargo faz com que a pessoa deixe subir para a cabeça, é melhor uma gala seca, virar tofu. Nunca se sabe o daqui a pouco. Logo quem nunca foi tão brilhante intelectualmente. Nós “se” conhecemos.
Tantos baba-ovos era o atual Governador, com sua companheira, pelo menos para as câmaras. E todo mundo bajulando, para ver se como ele, consegue galgar um posto tão alto, sem tanta competência.
Bem, não tinha jeito, tive de mudar o local de votação, inclusive, sou da Segunda Zona, preferia ser da zona do baixo meretrício, é muita putaria, ou escolhia a igreja em frente ao TCE que toda vez que eu passo, está lotada, ou o Colégio Adalberto Vale. Menos pior. Ainda passo na casa da Acácia e tomo um suco, um refresco e coloco o papo em dia.
De novo, plastificar o Título.
- O TRE paga. Cobra deles. Fica esse chove não molha, não decidem nada.
-...-
A sociedade amazonense que se formou depois que o Amazonas chegou à condição de Província e deste provincianismo não saímos mais, é ambígua, arrivista e falsa até a medula.
É cheia de dedos, cheia de preconceitos, cheia de não me toques, até um certo momento.
Maria José é uma menina humilde, a dita sociedade, discrimina até não poder mais. É puta, é safada, quanto mais se puder pisar e desqualificar, melhor.
De repente a Maria José vira a amante de um picão, todo mundo sabe e faz que não sabe. Já começa a falsidade aí. Mas a madame já começa a se aliar à Mazé, Mamah. Mariah, Zezé, não pode ser mais Maria José, é muito simples. E começam, as madames que mantinham toda distância dela, a incutir que ela tem de usar certas grifes, tem de morar aqui viajar para lá, como se o exterior fosse tudo, nunca se fala em se aprimorar o interior, a buscar conteúdo. A Mamah com bolsa Channel, cinto Gucci, óculos Ferrari e um Rolls Royce estacionado, esperando, mas é tão primária que é melhor não conversar sobre nada mais do que assuntos primários.
De repente a Zezé casa com o picão, aí é festa. Aquela mesma sociedade que discriminava a Maria José, agora faz questão de oferecer lautos banquetes àquela puta, quero dizer, agora, senhora da sociedade, moça de família, “lindinha”. E todas aquelas que sacaneavam a Maria, agora, fazem questão de posar de rosto colado com ela, nas colunas sociais.
Quanta hipocrisia. Ou acaba tanto preconceito, ou mantém a pose, mesmo se a Fulana for podre de rica, mas com um passado e um conteúdo da pior espécie.
“Tia Mongarça, oferece banquete a Madame Mamah e convida inclusive celebridades de fora do Estado, para apresentá-la à finesse do país. João Dândi Junior LIDEra a lista dos convidados”.
BIBI FONFOM
Mas um exemplo para não se seguir no serviço público, nem em lugar algum, é o Detran-Am.
Eu só estou falando agora, porque já peguei minha CNH nova. Sei lá, alguém de lá podia ler e eu sofrer retaliação, teriam cancelada a CNH para sempre. No Amazonas, tudo pode, ainda mais quando os Três Poderes são tão próximos.
O órgão que mais arrecada, o que Dona Themis, quando procuradora do estado, achava o máximo. Como boa advogada, querendo discutir Economia e Administração, não vê os princípios, só a causa, as consequências ficam para os outros.
Órgão público tem de ser viável a qualquer cidadão. Esse negócio de disponibilizar os serviços, só por telefone, só por internet, só por isso, ou aquilo, é alijar quem não tem condições de acesso, ou não quer dispor desse meio. Diz a Constituição que o estado tem de tratar a todos, sem diferença, da mesma maneira. A Constituição, com um pessoal que a está deformando, vai ser encontrada ao lado dos livros de Peter Pan e da Bela Adormecida.
É como a SEFAZ–Am., que a cada novo programa do Windows, muda todo o sistema de acesso por computador, obrigando o cliente, a sempre estar renovando os programas, como se o Estado, fosse um apêndice da Microsoft. É inconstitucional, mas  ninguém liga para isso.
Uns, por preguiça, a maioria, com medo de “ser perseguida”.
-...-
Mas o Detran é um lixo. Literalmente. A sede é uma pocilga.
Bem, 6 de julho de 2015, tempo de renovar a CNH. Lembrei-me de 5 anos atrás, quando fazendo o mesmo, encontrei a Gracilene Brito que além de colega de colégio, de sala, sentávamos na mesma fileira. Ela na cadeira da frente, eu atrás, a Vanessa Grazziotin, atrás de mim. E nós dois, éramos da turma de Construção Civil.
Fomos encaminhados a uma dessas clínicas terceirizadas de oftalmologia. Outra coisa que tem de ser revista. Cada oftalmologista tem um método e quando estão de TPM, como o último que peguei, sai reprovando todo mundo, com um laudo surreal.
- Da próxima vez, volte mais cedo.
Mas tudo aquilo no Detran, os trâmites, só acabam depois do meio-dia e a maioria, só pode ir às clínicas, quase no horário de fecharem, 13:00h.
Mas a Gracilente, estava impossível, naquele dia. Alta funcionária da SUFRAMA foi quem ajudou a cooptar empresas para o PIM, negociadora de mão cheia e foi morta por causa de um sobrinho mimado que queria dar dinheiro ao bofe.
E pior, nos primeiros dias, quando não se tinha pista alguma o Jornal A Crítica, estampava, sem a menor discrição “SUSPEITA-SE QUE O CRIME TENHA LIGAÇÃO COM O TRÁFICO DE DROGAS”. Não era e até hoje, o diário não se retratou, ao menos pediu desculpas à família. É assim, parece que as notícias podem ser dadas de qualquer maneira, depois se esquece.
É por isso que as drogas são responsáveis pela criminalidade em geral. As autoridades ligadas à Segurança Pública são incompetentes, hoje o foco é o combate ao tráfico de drogas, serviço legado à Polícia Federal, os agentes públicos, deslocados para serviços mais fáceis do que as ruas, quando acontecem crimes, ao invés de se investigar, apela-se logo para dois discursos toscos e preguiçosos: “TEM PASSAGEM” e “LIGAÇÃO COM O TRÁFICO”. E os veículos de comunicação, mancomunados com tanta incompetência generalizada, fazem sua parte, espalham essa percepção da realidade e se fecha questão. Como se a Constituição, dissesse que é proibido matar no país, mas abrisse exceção, no caso de “TER PASSAGEM” ou, e de “LIGAÇÃO”, nem se precisa julgar, passar pelos trâmites legais, executa-se pela simples suspeita de “LIGAÇÃO”, ou de “PASSAGEM”, artigos do código penal, civil, de família, de tudo. Eu tenho passagem, mas é só de saída e ligação, faço de vez em quando pelo telefone convencional. Que perigo!
Mas a Gracilene, estava muito engraçada, porém, quase tirando do sério o pessoal da Clínica terceirizada.
- Ih Gracilene, é preciso usar óculos? O que é a idade!
Ainda estava uma gatinha, mas, mais magra de quando estudávamos. A primeira coisa que ela fez para responder ao questionário, foi colocar no rosto, um óculos branco, com uns motivos, acho que marrons.
- Olha a questão 5 Thevis. “Você usa, ou já usou maconha, cocaína, LSD”?
Estava até atrapalhando. Eu estava respondendo a 10, tinha de voltar, ou estava na 5, tinha de ir para a 11. Eu queria responder o meu questionário, ela parava para mostrar as perguntas “inteligentes”.
- O cara vai já dizer: “Sim, usei maconha ontem, e acabo de usar cocaína antes de entrar na clínica”. Vai preso na hora. Nem sai daqui.
- Olha a outra. Você já teve vontade de matar alguém? “Sim senhor, quem fez este questionário, agora mesmo”.
O pessoal do balcão já estava nos olhando com cara de poucos amigos. Acho que por isso, fomos atendidos logo que entregamos. E agora, não vi essas mesmas perguntas, na outra clínica, para onde fui deslocado.
- Thevis, quando vocês se encontrarem, me chama!
Rasguei o cartão que ela me entregou, dia desses. Não tem mais sentido.
E há pouco, encontrei e fui falar com a irmã dela e contei que tentei fazer um reencontro do pessoal do Colégio, o que a Cassandra, finalmente levou a cabo, mas uns amigos excluíram todo mundo.
- Mulher não. Esses não. Não eram da turma. Aqueles não. Fulano, não.
Então ficamos tão reduzidos e ainda excluíram mais, acabou em dois.
- Esses teus amigos não são gays?
- Casados!
-...-
Bem, primeira aventura. Comunicar com o Detran. Só me lembrei da renovação, encima da hora. Quase no dia do meu aniversário.
Acho que o número do Detran, é 154. Todos os dias, todas as horas: “No momento, não podemos atender. Ligue mais tarde!”
Segunda aventura, ir pessoalmente ao Detran, um órgão dirigido por advogados. Eu tenho meus motivos. Advogado não tem no curriculum, Liderança, Tomada de Decisão, Administração de Pessoal, Planejamento... Essas bobagens que não significam nada, na Escola da Vida. Administrar, é só...
Gente, gente, gente para não atender ninguém, um ambiente com aspecto de sujo, depois de muito esperar, pedi uma informação de uma senhora com cara de mal amada, ou com TPM crônica.
- Como faço para renovar a CNH?
- Informações, leia no banner bem ali, ou acesse a internet.
Então, porque tanta gente no guichê, onde está escrito: INFORMAÇÃO?
Tudo bem, voltei.
-A  senhora por favor, teria uma papel e uma caneta, para eu anotar as informações?
- Aqui é tudo informatizado.
Porra, o Governador/”Professor” não fala tanto em crise, demite metade do Detran. É tudo informatizado, então tem gente ganhando sem fazer porra alguma.
Quando a mal amada entrou numa sala, pedi caneta e papel à uma moça e ela atendeu e foi até educada.  Tenho cá minhas dúvidas se aquela senhora senil, sabe acessar a internet, mas é pós-informatização. Pós-moderna. Pela cara, esqueceram de enterrar, é pós-tuma.
100% do quadro funcional do Detran-Am, é temporário, daqueles que já estão se aposentando, sem nunca terem feito um concurso, todo ano o MP diz para demitir, o Amazonino até deu “estabilidade”, mesmo que a Constituição Federal, diga que só tem estabilidade no serviço público, quem presta concurso e passa os três anos de experiência. Mas de um lado é demagogia, no dia que der merda, já vai estar longe, de outro, é querer se enganar.
Estava sem computador e meus sobrinhos não emprestam o que é deles, nem a caceta, procurei uma lan-house. De lá, eles já indicam onde pagar, ao lado, mesmo com os bancos em frente. Esquisito.
Aí o cara tem de responder ao site do Detran. detran.am.gov.br. Não consigo conectar nunca.
“Escolha o lugar para ser atendido”.
Pelo menos, diversificaram os locais de atendimento, não é só na sede do Detran. Amazonas Shopping, mais perto de casa.
“Escolha o dia de atendimento”
Julho não pode, agosto está lotado, setembro, quem sabe. Que porra é esta, existe um pré-agendamento para as pessoas trocarem a CNH na data de aniversário e só se pode agendar, para o fim do ano? Planejamento, quem não sabe, não tem como aprender nas coxas, eu não digo?
Bem, no Amazonas Shopping, até que e melhor. Ar-condicionado, quase ninguém, bancos para esperar sentado, uma mocinha bonitinha tirando foto e a irmã de uma colega minha da Economia que falei o nome dela, pensando que fosse da colega.
- Tu és irmã da...
- Não, este nome é meu, eu sou irmã da...
- Ah, errei no varejo, acertei no atacado.
É todo mundo Ana. Aliás são famílias assim. Uma colega da pós-graduação é a mesma coisa. A irmã mais nova que eu encontro, já chamo de Ana, só não sei que Ana. Ana Paula, Ana Clara, Ana Beatriz, Ana Marselha, sei lá.
Fui logo atendido, o problema foi uma morenaça “gostosa”, acertar o nome do Condomínio. Depois, quando olhei para o banner do Detran, atrás dela – onde eu gostaria de estar -.
- Olha ali, está vendo?
- O quê?
- O nome do Condomínio. Dá pra ler?
- Pensei que fosse você na foto.
A gente faz uma selfie no motel se quiser. Uma nude, ou uma fodie. É só escolher.
Tem de pagar uma taxa exorbitante. Enquanto o Governo Federal baixou o IPI da ANFÁVEA, o Detran-Am, inviabilizou que as pessoas dirigissem. O cara comprava o carro a um preço camarada, mas pagar as taxas do Detran, são duas vezes superior ao IPI, o II, o IE, o IIII, o IIIIIIIIIII, o que for. É um assalto. E isso, porque eu sou condutor de carro particular. Taxista, ou caminhoneiro, só sendo dono de banco.
- O senhor pague por favor, no Caixa 12 do Carrefour.
Engraçado que são pontos exatos, não tem como escolher. No Shopping, tem a Caixa Econômica, mas só se pode pagar no Caixa 12 do Carrefour. Estava fechado. Perguntei à supervisora como fazer. Um monte de lesos na mesma situação, calado. Depois é que se dirigiram para onde ela indicou.  
Pagou, corre para a foto.
- Por favor, enxugue a testa.
Ela me deu um calhamaço de papel-toalha, peguei meu lenço umedecido, fez muito mais efeito.  É que para ir ao Carrefour, fui por dentro, para voltar, já não sabia mais por onde voltar, tive de sair do Shopping, andar no sol primaveril de Manaus destes tempos, próximos à 50°C à sombra, porque agora, estão desmatando a Floresta, Manaus, mais a Região Metropolitana, como Iranduba, Novo Airão, para a construção de condomínios de luxo, no meio do deserto. Humaitá, Apuí, o Sul do Amazonas, não tem mais jeito. É terra de Bang-Bang, tudo gaúcho, paranaense, matando os locais, expulsando os caboclos, desmatando tudo e plantando soja, café e deitando pasto. Quem sabe, um dia o Salvador desfaça as cagadas que estão fazendo e afetando todo mundo, mas ainda tem quem diga que é “progresso”.
Da saída do Carrefou, até o Estacionamento VIP, onde se localiza o Detran, é uma descida, mas o sol faz o cara chegar pingando.
Depois, indicam o “paciente”, às clínicas terceirizadas. O Conselho de Medicina, a Sociedade de Oftalmologia, o Conselho de Psicologia, deviam dar uma vistoriada nessas clínicas. Tem charlatão se passando por profissional da área. O nordestino que me atendeu, estúpido, acho que tinha baixado a menstruação naquele dia, mal humorado e reprovando todo mundo, até mocinhas novas. Porque estava chegando as 13:00h e ele queria ir embora.
Até na hora de atravessar para pegar um táxi, tomei um susto. De repente, um grito.
- Thevão!
O sobrinho de Piroka que colocou o corpo para fora do carro e gritou.
- Fala Bernardo!
-...-
Mas o pior é o tratamento dispensado às pessoas. Eu digo que pobre atende mal seus iguais e dispensa suas melhores qualidades, para quem aparenta ter algum recurso, pensando que com isso, vai alcançar o mesmo patamar. Muito pelo contraio, vai continuar pobre e ainda mais pobre. Pobre de espírito.
A garota da Terceirizada, anunciava.
- São três dias úteis para pegar a carteira no Detran.
Então um senhor da minha faixa etária, meio aparvalhado, foi, voltou, rodou, até que perguntou.
- Quando eu pego?
Eu falei.
- Três dias úteis. Sexta, segunda, terça-feira.
- Não. Três dias úteis, mas nós só vamos mandar amanhã. Vá na quarta. Não vão entregar antes.
Aí o cara com jeito humilde foi embora, depois de tantos outros, a mesma garota me chamou.
- Seu Thévis! Terça-feira no Detran, no horário marcado no papel.
Porra, o cara que estava na minha frente, foi quarta, eu, na terça?
Precisamos sair dessa concepção escravagista safada de tratar pessoas, diferentemente, segregando os humildes e tratando os outros, com desvelo. A roupa não faz ninguém. Um paletó não quer dizer que alguém seja empresário. Pode ser bandido e assim agindo, está se abrindo as portas para se foder.
Que país que se desrespeita e se discrimina, até por princípios moras e religiosos.
É isso que queremos? É impossível sair dessa concepção de mundo, rasteiro?

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