sexta-feira, 2 de outubro de 2015

ECONOMIA POLITICA


CADERNO 1 1º de maio de 2015  3:35am
Durou pouco o Brasil distributivo, soberano e um dos alicerces da economia mundial.
Apesar de termos vários partidos políticos, como sempre, a luta política fica concentrada entre dois partidos: UDN X PSD; ARENA X MDB; PSD X PTB; agora, PSDB XS PT.
O Comandante Che, Ernesto Guevara de la Serna já dizia que quem não conhece a história, tende a repetir os mesmos erros.
Existe uma tentativa de mostrar essa polarização, como algo negativo, e, pior, coisa completamente nova no país. Não é.
Porém, a novidade,desde muito, é que,apesar dos dois partidos serem sociais-democratas, e com muitos de seus militantes egressos da academia, o PT teve coragem de mudar completamente o jogo, de manter sempre, o que o Bresser chama Modelo de Subdesenvolvimento Industrializado e o Noval chama de Subordinação Reiterada.
A proposta de Tiradentes não aventava o fim da escravidão, nem modelo diferente do já existente. Era a Independência, mantendo a Escravidão e permanecendo Coroa. A própria República foi uma imposição ditatorial de um modelo político, sem, contudo, acabar com privilégios privados, o que se chama republicanismo.
Como dia o Bresser no livro de Economia Brasileira.
A economia brasileira é talvez o caso mais típico de subdesenvolvimento industrializado. Sua característica fundamental é aliar altas taxas de crescimento econômico a um forte processo de concentração de renda, sem que isso represente um aumento significativo na taxa de acumulação de capital: o excedente adicional é basicamente utilizado para a compra de bens de consumo de luxo por capitalistas e tecnoburocratas.
Bresser Pereira, assim como o Zé Serra, em seu blog, acham que os tecnoburocratas ganham muito, principalmente os do setor público. Eu tenho posição diferente. Capacidade gera lucros, então se remunere bem, quem a tem. O problema é que no Brasil, a diferença salarial é exorbitante. Então um tecnoburocrata ganha rios de dinheiro, comparado ao salário-mínimo, sempre escorchante e sobra pouco para remunerar condignamente, os postos mais abaixo no organograma. Esse desvio é que tem de ser rediscutido. Um teto máximo, relacionado à base, para não haver tanto disparate. Mas isso, é uma cultura que vem de longe.
Em outra passagem do livro, Bresser diz que os tecnoburocratas acabam se aliando à burguesia, no modo de pensar o Brasil.
Eu, pessoalmente, não vejo problema em se remunerar dentro de níveis aceitáveis, a competência. Vejo o grande problema sim, do servidor público, por ascender social e economicamente, acreditar que está em seu cargo e em sua função, não para atender a todos os brasileiros, mas apenas a elite econômica. Isso é problema de gestão de administração. Uma questão de divulgar, deixar claro e não permitir que se esqueça que a missão de qualquer órgão público, inclusive privado, é servir a todos com isonomia, sem privilégios de classe, de raça, de religião, porra alguma.
Isto se chama espírito republicano, tratar a todos sem distinção, igualmente e da melhor maneira possível.
Este espírito republicano é que passou longe na Proclamação da República e até hoje se quer fazer bem distante de nós.
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Pois bem, depois de 503 anos em que os portugueses se arvoraram a descobridores destas terras, finalmente o Brasil começou a sair do marasmo da subserviência aos mandos e desmandos de fora e a tratar melhor a grande maioria que vivia na pobreza extrema, para uma minoria privilegiada querer viver, consumir e sonhar, como se pertencesse à elite dos países mais desenvolvidos economicamente.
O Capitalismo é um sistema falido, por só poder existir, com uma taxa muito grande de segregação de todo tipo e de pobreza. Mas no Brasil, é muito pior,porque para essa minoria viver nababescamente, é preciso tirar as mínimas condições dos desvalidos e sempre com uma mais-valia absurda, quanto mais se produz em escala, nunca se baixa o preço, sempre o produto segue uma escala de alta, e os salários nunca da maioria, nunca acompanham os níveis de vendas, concentrando cada vez mais nas mãos de uma minoria de espertalhões, com taxas de lucros –mark up – cada vez mais elevados, para esses rastaqueras não gerarem emprego, apenas demandarem cada vez mais quinquilharias, para ver se preenchem seu vazio interior que buscam em Deus, nas drogas, nas redes sociais e como ficam cada vez mais vazios, acabam se suicidando.
Bem, a tentativa de diminuir o fosso entre as classes, de distribuir renda e riquezas,  trouxe à tona, uma horda nazifascista que vivia se escondendo no subterrâneo, para as ruas.
Lógico, como diz Marx, é a própria luta de classes, uns querendo manter os privilégios à uma minoria e outros, querendo ter mais visibilidade e mais vantagens que têm por ora.
Desde 2003, quando o Governo Popular assumiu, começou uma onda de terrorismo psicológico.
O Brasil ingressou na OMC para pedir respeito a suas exportações, os visionários do passado, diziam que não iria dar certo, os EUA iriam invadir o país. Deu certo e até recebemos uns trocados.
O Brasil adotou uma posição soberana na diplomacia, os visionários do passado diziam que não daria certo, iríamos ser boicotados internacionalmente. Deu tão certo que os representantes do país.em eventos internacionais, são esperados com respeito, todos esperam saber a postura e a posição adotada, pelo Brasil.
O Conselho Nacional de Justiça era uma ingerência externa perigosa à Justiça, uma tentativa de politizar, ou como classificou o Picolé de Chuchu do Geraldo Alkmin, tentativa de “aparelhar” a Justiça, como se ele fosse agente da Ditadura, contra os “subversivos”. Deu tão certo que hoje, a defesa daqueles que eram contra, é que se tem de manter, sem modificação alguma.
Em suma, qualquer mudança mínima que seja, para as forças do atraso, parece sempre uma revolução.
O Brasil mudou como nunca. Passamos de uma demanda e um poder de compras de bens e de serviços extremamente concentrados, para a aquisição por muitos, das ofertas mais dissipadas.
O brasileiro, até para quem não quer enxergar, viaja mais, interna e externamente, não só o “Seu Doutor” tem acesso à internet e a serviços de TV à cabo, pasma, tem direito inclusive à casa própria, de comprar a rouba que quer, dentro de suas possibilidades, sem depender exclusivamente da filantropia que pensam que pensam pelos outros, está inclusive se alimentando melhor, o que indica desenvolvimento econômico, sempre, o que há mais de 10 anos, só comia o pão que o Diabao amassou.
Apesar de tudo, a sensação que as classes abastadas fazem crer é que o Brasil é uma merda. Sem permitir que se compare o Brasil desde 2003, ao Brasil, anterior, até 1500.
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Como já disse Vladmir Ilitch Ulianov, o velho Lenin, o problema dos partidos sociais-democratas, é que quando se veem diante de um momento de decisão, em uma encruzilhada, quando têm de decidir se continuam avançando, ou se aliam ao lugar-comum, acabam sempre conciliando com os representantes do que há de mais atrasado.
O PSDB em pouquíssimo tempo, virou a representação da Direita, até da Extrema Direita Nacional. Quem sabe, parte do “meu PT de antigamente”, não tenha chegado ao seu limite de vanguarda e por isso mesmo, tenha votado nas propostas mais arcaicas, para “combater” o PT de hoje, mas indo em direção contrária à busca de um Brasil mais democrático, mais republicano, menos penoso e miserável para a maioria? O cara dizer que é contra o PT, porque “não é mais o meu PT” e votar no PSDB, é contraditório. Se votasse ao menos no PSOL, por rebeldia, mas ser rebelde com as propostas mais arcaicas, quase como pregava a ARENA, é brincadeira. O cara não tem coragem de dizer que regrediu, coloca a culpa nos outros. É como o cara dizer que não acredita em Deus, mas faz oração ao Diabo. É muito contrassenso.
E o PT, queiram, ou não, sendo social-democrata e diante do bombardeio para que o país volte para antes de 2003, parece estar jogando fora todas as conquistas conseguidas.
Começou concedendo IPI Zero para a ANFÁVEA, o setor que sempre recebe mais regalias no país, desde JK e sempre acha que é muito pouco. E todo o dinheiro carreado para a ANFÁVEA, não tem um debate tão exacerbado, quanto carrear rubricas para programas sociais. Mas não parou por aí. A media nacional tentou mais uma vez , dar outro golpe de estado, causando o que se chama de inflação inercial. O medo que tudo dê errado no futuro, com uma insistente martelada na cabeça dos cidadãos, todos se resguardam para dias ruins, elevando seus preços, longe da inflação real, o causa uma inflação artificializada.
E diante de tudo isso, tanto o PT, quanto o Governo ficaram na defensiva.
Num dos capítulos da Constituição Federal está claro que quem atenta contra o estado de direito, tem de sofrer sanções, e até agora, nada foi feito, os mesmos fascistas que apoiaram a Ditadura de 1964, são os que por ora se arvoram de democratas, como os patifes e calhordas que participaram da Marcha da Família com Deus e o caralho a quatro.
Os meios de comunicação nas mãos da elite que nunca evolui, mostra um quadro de terror, diante do Brasil de hoje. Gente dizendo que é pós-moderno, dizendo que só quer os milicos no poder, por uns 4 anos, para “limpar” as coisas. Mesmo discurso antes de abril de 1964. O General Humberto de Alencar Castelo Branco, que na II Guerra, virou capacho das ordens do Pentágono, já dizia isso. Iria ficar uns 4 anos, sanar tudo, combater o Comunismo e a “corrupção”. Não lembra alguma coisa? Depois, em 1968, 1970 no mais tardar, entregaria o poder a um civil. JK que se aliou ao discurso pré-ditadura, foi morto por ela, Carlos Lacerda que tinha certeza que seria o herdeiro da Ditadura, foi banido do país, e os 4 anos, como dizem hoje, virou 21 anos de tragédias, com muita morte, muita miséria, muita dependência externa e não entregaram de boa vontade, foi preciso muita luta, muita resistência, até colocarem o rabo entre as perninhas. Ou seja, tem muita gente que parou no tempo, enganando que seu discurso é contemporâneo, quando na verdade, não mudou uma vírgula, do discurso que nos levou ao estado sombrio e assassino.
“ A inflação chegou a um patamar igual a 2003”.
“A taxa selic está no mesmo nível de 2005”.
“A taxa de desemprego está equivalendo à taxa de 2004”.
Bem, se o Brasil, depois dos Governos Populares esta um caos, essa gente parece estar temerosa do pior, todos, nascidos, quem sabe, de 2003 para cá, era de se esperar que se comparassem as taxas, com as obtidas anteriormente.
Taxa selic dez./2002 – 24,90%
Nível de desemprego nov../2002 – 10,9%
Inflação 2002 – 12,53%
IDH 2002 – 73ª posição
Nem se compara com o Brasil de hoje, onde tem gente tendo orgasmos múltiplos, com medo do caos. Caos, ou má-fé?
Isso, comparando só com o Governo Fernando Henrique, se comparado com a Ditadura, o distanciamento é geométrico.
Com o agravante de que os juros no Governo FkHC, eram feitos para favorecer especuladores, como o Soros, chefe do Armínio Fraga, não havia regulamentação alguma, investia-se na Bolsa hoje, amanhã se podia retirar tudo, sem atender aos interesses nacionais algum. Será que eu estou sonhando, ou o pessoal tem mania de se esquecer, convenientemente? Ou todo mundo tem menos de 12 anos? Tudo virgem ainda?
“A taxa decrescente de emprego em 2015 não tem comparação com o desemprego generalizado para implantar o Neoliberalismo sem vergonha”.
 Ninguém se lembra que o “Presidente Gluglu”, Fernando Henrique Cardoso, deixou o Brasil à beira do caos e do abismo econômico, uma dívida que se dizia, impagável junto ao FMI, e uma ideologia que ainda está muito forte, de que a vida dos cidadãos  tinha de estar voltada às tais leis de mercado, a acumulação enorme em mãos cada vez mais reduzidas.
Infelizmente há uma pressão impopular de boçais ideológicos e péssimos perdedores com pavor que se dê direitos iguais e com isso, haja concorrência e diante do que sabem, pouca inteligência, possam ser ultrapassados pelos “pobretões” de antes, assim, vivem gerando “crise” e o PT aquiesceu, ficou acuado e deixou que esses incompetentes, ganhassem força e colocassem o desespero, como se hoje, e só hoje, vivêssemos índices nunca vistos antes.
Colocaram na coordenação econômica um engenheiro eletricista que, como muitos que se pós-graduaram em uma área que não a sua, têm uma visão limitada, pior, sem acesso ao todo, trouxe consigo, a visão neoliberal de volta.
Eleva a selic para combater a inflação. Ainda bem que o vigarista não é médico, pois se chega alguém com febre, ele dá uma injeção para parar o coração, o cérebro e pronto, como cessou tudo, ele curou a febre, mas matou o paciente.
O tal Sinistro, tem cara de otário e como me tem parecido, todo otário em criança e na adolescência, acaba querendo ser esperto mais tarde. Com engenheiro, deve ser péssimo fazendo projeto elétrico, então se mete onde nem é do seu metier.
É a própria lição neoliberal.
Elevam-se os juros, diminui-se o imposto distributivo, vai colocar tudo nas mãos do empresariado, o velho discurso de que o capital é quem vai gerar bem estar, gerando emprego e remunerando regiamente. Uma grande falácia.
Vai se diminuir o investimento na produção causando mais desemprego, pois é mais lucrativo investir na Bolsa, no mercado financeiro e vai gerar uma crise sistêmica por se remunerar um capital improdutivo, uma economia completamente virtual, ou artificial.
Com a lei de terceirização do trabalho, discutida no Brasil em 2015, como novidade, quando foi aplicada nos países em crise econômica desde 2008, no auge do Neoliberalismo, cada vez mais se quebra a força de organização do proletariado e assim, as classes mais abestadas, quero dizer, abastadas, deitam e rolam sobre a sociedade.
Quando menos se esperar o desemprego está descontrolado, vindo o discurso da Reengenharia, já voltou o discurso de “enxugar a máquina” e de “globalização” com grandes coisas. O Brasil no marasmo, enquanto a China se dá ao desplante de crescer 7% e ainda regula o crescimento, reduz para não ficar muito fragilizada, não com medidas neoliberais, mas tirando cada vez mais, sua população da vida rural, para dar mais qualidade em tudo, inclusive elevando o nível intelectual, não para grupelhos, mas para todos.
E por fim, vamos voltar a nos endividar frente ao FMI, Banco Mundial, essas agências de fomento internacionais que acabam completamente com a soberania de qualquer um e é aí que as forças reacionárias dirão que estavam certas em querer dar golpe, em menos de 3 meses de assumir um governo.
Reclamaram uma economia mais parecida a antigamente, então a Dilma colocou o seu Fraga. O Levy é o Armínio da Dilma. O primeiro, capacho do Soros, o vigarista, ligado em tudo, ao Bradesco, uma instituição financeira que se atuasse em um país desenvolvido, seria extinta para o bem da nação, ou acabaria dando danos à economia mundial como o Lehman Bros. Só que um Lehman subdesenvolvido que cresce enganado correntistas e tirando dinheiro de quem sabem, não tem muito conhecimento jurídico. Péssimo, apesar de muito superavitário.
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Em suma, acabou-se o que era doce.  O PT, sem reação, vai ser colocado para fora, por adotar os princípios do PSDB, justamente o que esses golpistas demandavam, e se pode ter o primeiro Presidente de um país, morto por overdose. Ou quem sabe, nas próximas eleições, o que almejam, vejamos um brocha na cama, querendo foder o país, como fodeu com os recursos hídricos de São Paulo.
E como sempre digo, não é esperando que através do voto que se mude de verdade, pois os meios de produção continuam nas mesmas mãos. Resta ao proletariado, deixar de crer que pode ficar rico, como todo mundo, no Capitalismo. Como diz o Slavoj, hoje se dividiu tanto o proletariado que ele luta entre si, sem saber que pertencem à mesma classe.
O Capitalismo é isso e só isso. Advêm as crises, eles os burgueses e seus bajuladores se fazem de bonzinhos, dão vantagens, quando se tornam fortes de novo, voltam à prática de tirar tudo do povo para uma minoria tosca, semianalfabeta, como diria Bertolt Brecht, os ignorantes políticos.
Se conseguirem dar mais um golpe alijam os perdedores para manter o subdesenvolvimento, como meta para manter seus privilégios.
A reação internacional, o nazifascismo que está tentando dirigir a partir da media, voltou com propostas esdrúxulas, com medo de dar muito espaço à vanguarda com se fossem novidades e a Esquerda tem se mantido na defensiva, desde quando os Cavaleiros do Após Calipso decretaram o fim do Comunismo e 12 anos depois, o Capitalismo entrou em sua maior crise de todos os tempos. O Capitalismo é que não resolve seus problemas intrínsecos de gerar qualidade de vida para todos, acaba desviando o assunto criando “inimigos” quando na verdade, são apenas parte do problema chamado Capitalismo.
“Fundamentalismo mulçumano causa conflitos”. Não, o Capitalismo é que causa.
“Crise da África é consequência da pobreza”. Pobreza gerada pelo Capitalismo.
“Mais de 32 milhões sem comida, sem acesso à água potável, sem acesso à infraestrutura mínima, por causa do aquecimento global”. Não, tanto o aquecimento global, quanto a crise ambiental e o acesso ao mínimo necessário são consequências do Capitalismo.
Podem-se dar soluções paliativas, mas nunca se vão resolver estes e outros problemas estruturais se não mudarmos o sistema.
Mao Tsé Tung já disse: “Tudo sob o céu é um caos total; a situação é excelente.”
Aqueles que dizem não haver condições para a revolução, não percebem que a condição é gerada pelo Capitalismo. Se esperarmos a vida inteira para atuarmos, vai durar a vida inteira mantendo-se as desigualdades gritantes e uma inércia constante para beneficiar gente que posa de bacana, mas é tosca, tanto quanto os Senhores Escravagistas que mantinham os privilégios na Casa Grande, com a miséria da maioria na Senzala em condições inumanas.
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Na verdade o discurso golpista trás consigo, de novo, o pensamento de que os problemas são ocasionados pelos pobres.
Essa gente atrasada aproveita para fazer crer que são eficazes cortando programas sociais, como se fossem gastos, quando na verdade, estão perdidos, não sabem realmente o que fazer.
Quanto mais gastam na área social, mais aprofundam a crise por concentrarem renda, o que já se mostrou venenoso para qualquer política econômica, aqui, ali, acolá, alhures, ou algures. É o arcaico se pintando de novidade, sempre.
Alguns exemplos de como essa falácia não condiz com a realidade, transcrevo za seguir.
Slavoj Zizeg, em PRIMEIRO COMO FARSA, DEPOIS COMO TRAGÉDIA.
No fim de 2008, um grupo de pesquisadores sobre as tendências das epidemias de tuberculose na Europa oriental na últimas décadas divulgou seus principais resultados. Depois de analisar dados de mais de vinte países, os pesquisadores de Cambridge e Yale encontraram uma correlação clara entre os empréstimos concedidos pelo FMI a esses países e o aumento dos casos de tuberculose, assim que os empréstimos eram suspensos, a epidemia regredia. A explicação dessa correlação aparentemente estranha é simples: a condição para conseguir empréstimos do FMI é que o Estado tomador tenha “disciplina financeira”, isto é, reduza os gastos públicos; e a primeira vítima das medidas para restabelecer a “saúde financeira” é a saúde, ou melhor, os gastos com a saúde pública. Com isso abre-se espaço para que os filantropos ocidentais lamentem as condições catastróficas do serviço de saúde nesses países e ofereçam ajuda em forma de caridade.
[...]
Devemos generalizar a afirmação: apesar de sempre reconhecermos a urgência dos problemas quando combatemos a aids, a fome, a escassez de água, o aquecimento global etc.,sempre parece que temos tempo para refletir, adiar decisões (a principal conclusão da última reunião de líderes mundiais em Bali, aclamada como um sucesso, foi que haveria um novo encontro, dali a dois anos para continuar as conversações...). Mas com a crise financeira, a urgência da ação foi incondicional; quantidades de dinheiro em magnitude inimagináveis tiveram de ser encontradas imediatamente. Salvar espécies em perigo, salvar o planeta do aquecimento global, salvar os pacientes com aids, salvar os que estão morrendo por falta de recursos para tratamentos caros, salvar as crianças famintas... tudo isso pode esperar mais um pouquinho. O chamado para “salvar os bancos” , ao contrário, é um imperativo incondicional a que se deve responder com ação imediata.
E assim se vai trocando o real sentido das coisas, com discursos enganadores e de enganadores, colocando a culpa no que pode ser solução.
E os nazifascistas que sempre estão se escondendo, falsos e sonsos, até se verem em vantagem, são pródigos em desvirtuar a realidade.
Já no MÍDIA PROPAGANDA POLÍTICA E MANIPULAÇÃO, diz:
As pessoas não veem motivo para se envolver em aventuras externas, mortes, torturas. Portanto, você tem de instigá-las. E para instigá-las, é preciso amedrontá-las.
Foi o que os veículos de comunicação no Brasil, após a derrota das propostas atrasadas, fizeram. O terror, o medo e a estupidez, em forma de notícia. Daí advirem discursos estúpidos, broncos, ultrapassados como salvação.
Voltou o discurso da tortura, eu presenciei, brincadeira, ou falta de coragem para se mostrar fascista, mas perigoso; voltou a discussão da diminuição da maioridade penal, quando as notícias só mostram adolescentes cometendo crimes, quando na realidade, menos de 1% da população jovem se envolve com a criminalidade, na maioria das vezes, são as vítimas, menos de 30% de crianças e adolescentes que sofrem punições, cumprem suas penas, voltam ao crime, mas faz bem ao discurso fascista judaico-cristão mostrar que o mundo é um perigo, são há salvação na vida posterior à morte; voltou a falácia do “enxugamento da máquina” para combater a inflação; voltou a acusação de que distribuir riquezas, leva à crises econômicas; enfim, o nazifascismo, as forças do anteontem que estavam adormecidas, colocaram as garras de fora para evitar qualquer avanço.
Notícia hoje, é a deturpação da realidade, para servir a interesses escusos de minorias que desejam a volta do Brasil concentrador de rendas, um fosso enorme entre as classes e uma miséria aviltante.
Para finalizar, é bom transcrever Há- Joon Chang, no 23 COISAS QUE NÃO NOS CONTARAM SOBRE O CAPITALISMO:
Do ponto de vista aritmético, é verdade que são os pobres que puxam para baixo a receita global média do país. No entanto, os ricos dos países pobres praticamente não se dão conta de que seu país é pobre não por causa dos pobres, mas por causa deles, mesmos.
[...]
Em outras palavras, os pobres dos países pobres em geral conseguem ficar à altura dos seus equivalentes nos países ricos. São os ricos dos países pobres que não conseguem fazer isso. É a sua baixa produtividade relativa que faz com que os seus países sejam pobres, de modo que o seu diatribe costumeiro de que os seus países são pobres por causa dos pobres, é totalmente inapropriado. Em vez de culpar os seus pobres por arrastar o país para baixo, os ricos dos países pobres deveriam perguntar a si mesmos por que eles não conseguem puxar para cima o resto do seu país, como fazem os ricos dos países ricos.
Lide com isso, com reuniões que antes de serem de líderes empresariais, são apenas uma forma de lavagem cerebral, para manter estereótipos e a divisão entre Casa Grande e Senzala.
Não discutem como contribuir com o progresso, com uma política mais geral para todos, ao invés de só pensarem em seus interesses.
Vide as investigações da Polícia Federal que têm levado à cadeia,empresários que sempre se valeram de negociatas, de negócios escusos, gente que só consegue ser “grande” com esquemas fraudulentos. Tenta-se dar pouca importância para isso, colocando todos os políticos, como imprestáveis, mas não se acusa o empresariado nacional, com a mesma veemência.
É uma minoria numérica, maioria política que tenta deixar de ser infeliz, o que é intrínseco, sendo hedonista, tentando fugir da realidade com um Deus que não seguem, com drogas que acabam corrompendo o caráter, ou com redes sociais virtuais, onde continuam a acrescentar mais do que tolices, segregando, ou discriminando seus iguais, minorias políticas, maioria numérica, por serem extremamente recalcados e covardes, sempre enrustidos, inclusive em sua sexualidade.
O que parece ser superior, é complexo, mas de inferioridade mascarado.
Ou curamos esses recalcados, ou vão continuar a nos deixar sempre subdesenvolvidos e subservientes, por não terem capacidade de assumir seu próprio país e sempre estarem seguindo o que mandam de fora.
O mundo está em crise? E muita. O Brasil está em crise? Estão querendo fazer, por uma série de fatores que se juntaram, todos os atrasados juntos. Há solução? Sempre existe, mas para sair desta crise internacional, só mudando o sistema vigente, e para não entrarmos na mesma crise, é imperativo não permitir políticas econômicas, neoliberais, o capital ser o centro das atenções, o fator econômico se colocar à frente das necessidades sociais. E pelo que parece todas as propostas econômicas atuais, são nesse sentido. Troca-se mandioca por macaxeira, mexerica por tangerina, jurumum por abóbora, Armínio Fraga por Joaquim Levy, mas na verdade a questão é que eles representam interesses de poucos, privados e como todo estudante que passa nas universidades norte-americanas, voltam pensando o mundo, a partir da visão estadunidense de hegemonia e de privatizar tudo, para garantir os interesses de 1% de todo o mundo, mantidos com muita demagogia.   

1º de maio de 2015 3:35 a.m.

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