CADERNO
1 1º de maio de
2015 3:35am
Durou pouco o Brasil distributivo,
soberano e um dos alicerces da economia mundial.
Apesar de termos vários partidos
políticos, como sempre, a luta política fica concentrada entre dois partidos:
UDN X PSD; ARENA X MDB; PSD X PTB; agora, PSDB XS PT.
O Comandante Che, Ernesto Guevara de la
Serna já dizia que quem não conhece a história, tende a repetir os mesmos
erros.
Existe uma tentativa de mostrar essa
polarização, como algo negativo, e, pior, coisa completamente nova no país. Não
é.
Porém, a novidade,desde muito, é
que,apesar dos dois partidos serem sociais-democratas, e com muitos de seus
militantes egressos da academia, o PT teve coragem de mudar completamente o
jogo, de manter sempre, o que o Bresser chama Modelo de Subdesenvolvimento
Industrializado e o Noval chama de Subordinação Reiterada.
A proposta de Tiradentes não aventava o
fim da escravidão, nem modelo diferente do já existente. Era a Independência,
mantendo a Escravidão e permanecendo Coroa. A própria República foi uma
imposição ditatorial de um modelo político, sem, contudo, acabar com
privilégios privados, o que se chama republicanismo.
Como dia o Bresser no livro de Economia
Brasileira.
A economia brasileira é talvez o caso mais típico de
subdesenvolvimento industrializado. Sua característica fundamental é aliar
altas taxas de crescimento econômico a um forte processo de concentração de
renda, sem que isso represente um aumento significativo na taxa de acumulação
de capital: o excedente adicional é basicamente utilizado para a compra de bens
de consumo de luxo por capitalistas e tecnoburocratas.
Bresser
Pereira, assim como o Zé Serra, em seu blog, acham que os tecnoburocratas
ganham muito, principalmente os do setor público. Eu tenho posição diferente.
Capacidade gera lucros, então se remunere bem, quem a tem. O problema é que no
Brasil, a diferença salarial é exorbitante. Então um tecnoburocrata ganha rios
de dinheiro, comparado ao salário-mínimo, sempre escorchante e sobra pouco para
remunerar condignamente, os postos mais abaixo no organograma. Esse desvio é
que tem de ser rediscutido. Um teto máximo, relacionado à base, para não haver
tanto disparate. Mas isso, é uma cultura que vem de longe.
Em outra
passagem do livro, Bresser diz que os tecnoburocratas acabam se aliando à
burguesia, no modo de pensar o Brasil.
Eu, pessoalmente,
não vejo problema em se remunerar dentro de níveis aceitáveis, a competência.
Vejo o grande problema sim, do servidor público, por ascender social e
economicamente, acreditar que está em seu cargo e em sua função, não para
atender a todos os brasileiros, mas apenas a elite econômica. Isso é problema
de gestão de administração. Uma questão de divulgar, deixar claro e não
permitir que se esqueça que a missão de qualquer órgão público, inclusive
privado, é servir a todos com isonomia, sem privilégios de classe, de raça, de
religião, porra alguma.
Isto se
chama espírito republicano, tratar a todos sem distinção, igualmente e da
melhor maneira possível.
Este
espírito republicano é que passou longe na Proclamação da República e até hoje
se quer fazer bem distante de nós.
-...-
Pois bem,
depois de 503 anos em que os portugueses se arvoraram a descobridores destas
terras, finalmente o Brasil começou a sair do marasmo da subserviência aos
mandos e desmandos de fora e a tratar melhor a grande maioria que vivia na
pobreza extrema, para uma minoria privilegiada querer viver, consumir e sonhar,
como se pertencesse à elite dos países mais desenvolvidos economicamente.
O
Capitalismo é um sistema falido, por só poder existir, com uma taxa muito
grande de segregação de todo tipo e de pobreza. Mas no Brasil, é muito
pior,porque para essa minoria viver nababescamente, é preciso tirar as mínimas
condições dos desvalidos e sempre com uma mais-valia absurda, quanto mais se
produz em escala, nunca se baixa o preço, sempre o produto segue uma escala de
alta, e os salários nunca da maioria, nunca acompanham os níveis de vendas,
concentrando cada vez mais nas mãos de uma minoria de espertalhões, com taxas
de lucros –mark up – cada vez mais
elevados, para esses rastaqueras não gerarem emprego, apenas demandarem cada
vez mais quinquilharias, para ver se preenchem seu vazio interior que buscam em
Deus, nas drogas, nas redes sociais e como ficam cada vez mais vazios, acabam
se suicidando.
Bem, a
tentativa de diminuir o fosso entre as classes, de distribuir renda e
riquezas, trouxe à tona, uma horda
nazifascista que vivia se escondendo no subterrâneo, para as ruas.
Lógico,
como diz Marx, é a própria luta de classes, uns querendo manter os privilégios
à uma minoria e outros, querendo ter mais visibilidade e mais vantagens que têm
por ora.
Desde
2003, quando o Governo Popular assumiu, começou uma onda de terrorismo psicológico.
O Brasil
ingressou na OMC para pedir respeito a suas exportações, os visionários do
passado, diziam que não iria dar certo, os EUA iriam invadir o país. Deu certo
e até recebemos uns trocados.
O Brasil
adotou uma posição soberana na diplomacia, os visionários do passado diziam que
não daria certo, iríamos ser boicotados internacionalmente. Deu tão certo que
os representantes do país.em eventos internacionais, são esperados com respeito,
todos esperam saber a postura e a posição adotada, pelo Brasil.
O
Conselho Nacional de Justiça era uma ingerência externa perigosa à Justiça, uma
tentativa de politizar, ou como classificou o Picolé de Chuchu do Geraldo Alkmin,
tentativa de “aparelhar” a Justiça, como se ele fosse agente da Ditadura,
contra os “subversivos”. Deu tão certo que hoje, a defesa daqueles que eram
contra, é que se tem de manter, sem modificação alguma.
Em suma,
qualquer mudança mínima que seja, para as forças do atraso, parece sempre uma
revolução.
O Brasil
mudou como nunca. Passamos de uma demanda e um poder de compras de bens e de
serviços extremamente concentrados, para a aquisição por muitos, das ofertas
mais dissipadas.
O
brasileiro, até para quem não quer enxergar, viaja mais, interna e externamente,
não só o “Seu Doutor” tem acesso à internet e a serviços de TV à cabo, pasma,
tem direito inclusive à casa própria, de comprar a rouba que quer, dentro de
suas possibilidades, sem depender exclusivamente da filantropia que pensam que
pensam pelos outros, está inclusive se alimentando melhor, o que indica
desenvolvimento econômico, sempre, o que há mais de 10 anos, só comia o pão que
o Diabao amassou.
Apesar de
tudo, a sensação que as classes abastadas fazem crer é que o Brasil é uma
merda. Sem permitir que se compare o Brasil desde 2003, ao Brasil, anterior,
até 1500.
-...-
Como já
disse Vladmir Ilitch Ulianov, o velho Lenin, o problema dos partidos
sociais-democratas, é que quando se veem diante de um momento de decisão, em
uma encruzilhada, quando têm de decidir se continuam avançando, ou se aliam ao
lugar-comum, acabam sempre conciliando com os representantes do que há de mais
atrasado.
O PSDB em
pouquíssimo tempo, virou a representação da Direita, até da Extrema Direita
Nacional. Quem sabe, parte do “meu PT de antigamente”, não tenha chegado ao seu
limite de vanguarda e por isso mesmo, tenha votado nas propostas mais arcaicas,
para “combater” o PT de hoje, mas indo em direção contrária à busca de um
Brasil mais democrático, mais republicano, menos penoso e miserável para a
maioria? O cara dizer que é contra o PT, porque “não é mais o meu PT” e votar no
PSDB, é contraditório. Se votasse ao menos no PSOL, por rebeldia, mas ser
rebelde com as propostas mais arcaicas, quase como pregava a ARENA, é
brincadeira. O cara não tem coragem de dizer que regrediu, coloca a culpa nos
outros. É como o cara dizer que não acredita em Deus, mas faz oração ao Diabo.
É muito contrassenso.
E o PT,
queiram, ou não, sendo social-democrata e diante do bombardeio para que o país
volte para antes de 2003, parece estar jogando fora todas as conquistas
conseguidas.
Começou
concedendo IPI Zero para a ANFÁVEA, o setor que sempre recebe mais regalias no
país, desde JK e sempre acha que é muito pouco. E todo o dinheiro carreado para
a ANFÁVEA, não tem um debate tão exacerbado, quanto carrear rubricas para
programas sociais. Mas não parou por aí. A media
nacional tentou mais uma vez , dar outro golpe de estado, causando o que se
chama de inflação inercial. O medo que tudo dê errado no futuro, com uma
insistente martelada na cabeça dos cidadãos, todos se resguardam para dias
ruins, elevando seus preços, longe da inflação real, o causa uma inflação
artificializada.
E diante
de tudo isso, tanto o PT, quanto o Governo ficaram na defensiva.
Num dos
capítulos da Constituição Federal está claro que quem atenta contra o estado de
direito, tem de sofrer sanções, e até agora, nada foi feito, os mesmos
fascistas que apoiaram a Ditadura de 1964, são os que por ora se arvoram de
democratas, como os patifes e calhordas que participaram da Marcha da Família
com Deus e o caralho a quatro.
Os meios
de comunicação nas mãos da elite que nunca evolui, mostra um quadro de terror,
diante do Brasil de hoje. Gente dizendo que é pós-moderno, dizendo que só quer
os milicos no poder, por uns 4 anos, para “limpar” as coisas. Mesmo discurso
antes de abril de 1964. O General Humberto de Alencar Castelo Branco, que na II
Guerra, virou capacho das ordens do Pentágono, já dizia isso. Iria ficar uns 4
anos, sanar tudo, combater o Comunismo e a “corrupção”. Não lembra alguma
coisa? Depois, em 1968, 1970 no mais tardar, entregaria o poder a um civil. JK
que se aliou ao discurso pré-ditadura, foi morto por ela, Carlos Lacerda que
tinha certeza que seria o herdeiro da Ditadura, foi banido do país, e os 4
anos, como dizem hoje, virou 21 anos de tragédias, com muita morte, muita
miséria, muita dependência externa e não entregaram de boa vontade, foi preciso
muita luta, muita resistência, até colocarem o rabo entre as perninhas. Ou
seja, tem muita gente que parou no tempo, enganando que seu discurso é contemporâneo,
quando na verdade, não mudou uma vírgula, do discurso que nos levou ao estado
sombrio e assassino.
“ A
inflação chegou a um patamar igual a 2003”.
“A taxa
selic está no mesmo nível de 2005”.
“A taxa
de desemprego está equivalendo à taxa de 2004”.
Bem, se o
Brasil, depois dos Governos Populares esta um caos, essa gente parece estar
temerosa do pior, todos, nascidos, quem sabe, de 2003 para cá, era de se
esperar que se comparassem as taxas, com as obtidas anteriormente.
Taxa
selic dez./2002 – 24,90%
Nível de
desemprego nov../2002 – 10,9%
Inflação
2002 – 12,53%
IDH 2002 –
73ª posição
Nem se
compara com o Brasil de hoje, onde tem gente tendo orgasmos múltiplos, com medo
do caos. Caos, ou má-fé?
Isso,
comparando só com o Governo Fernando Henrique, se comparado com a Ditadura, o
distanciamento é geométrico.
Com o
agravante de que os juros no Governo FkHC, eram feitos para favorecer
especuladores, como o Soros, chefe do Armínio Fraga, não havia regulamentação
alguma, investia-se na Bolsa hoje, amanhã se podia retirar tudo, sem atender
aos interesses nacionais algum. Será que eu estou sonhando, ou o pessoal tem
mania de se esquecer, convenientemente? Ou todo mundo tem menos de 12 anos?
Tudo virgem ainda?
“A taxa
decrescente de emprego em 2015 não tem comparação com o desemprego generalizado
para implantar o Neoliberalismo sem vergonha”.
Ninguém se lembra que o “Presidente Gluglu”,
Fernando Henrique Cardoso, deixou o Brasil à beira do caos e do abismo
econômico, uma dívida que se dizia, impagável junto ao FMI, e uma ideologia que
ainda está muito forte, de que a vida dos cidadãos tinha de estar voltada às tais leis de
mercado, a acumulação enorme em mãos cada vez mais reduzidas.
Infelizmente
há uma pressão impopular de boçais ideológicos e péssimos perdedores com pavor
que se dê direitos iguais e com isso, haja concorrência e diante do que sabem,
pouca inteligência, possam ser ultrapassados pelos “pobretões” de antes, assim,
vivem gerando “crise” e o PT aquiesceu, ficou acuado e deixou que esses
incompetentes, ganhassem força e colocassem o desespero, como se hoje, e só
hoje, vivêssemos índices nunca vistos antes.
Colocaram
na coordenação econômica um engenheiro eletricista que, como muitos que se
pós-graduaram em uma área que não a sua, têm uma visão limitada, pior, sem
acesso ao todo, trouxe consigo, a visão neoliberal de volta.
Eleva a
selic para combater a inflação. Ainda bem que o vigarista não é médico, pois se
chega alguém com febre, ele dá uma injeção para parar o coração, o cérebro e
pronto, como cessou tudo, ele curou a febre, mas matou o paciente.
O tal
Sinistro, tem cara de otário e como me tem parecido, todo otário em criança e
na adolescência, acaba querendo ser esperto mais tarde. Com engenheiro, deve
ser péssimo fazendo projeto elétrico, então se mete onde nem é do seu metier.
É a
própria lição neoliberal.
Elevam-se
os juros, diminui-se o imposto distributivo, vai colocar tudo nas mãos do
empresariado, o velho discurso de que o capital é quem vai gerar bem estar,
gerando emprego e remunerando regiamente. Uma grande falácia.
Vai se
diminuir o investimento na produção causando mais desemprego, pois é mais lucrativo
investir na Bolsa, no mercado financeiro e vai gerar uma crise sistêmica por se
remunerar um capital improdutivo, uma economia completamente virtual, ou
artificial.
Com a lei
de terceirização do trabalho, discutida no Brasil em 2015, como novidade,
quando foi aplicada nos países em crise econômica desde 2008, no auge do
Neoliberalismo, cada vez mais se quebra a força de organização do proletariado
e assim, as classes mais abestadas, quero dizer, abastadas, deitam e rolam
sobre a sociedade.
Quando
menos se esperar o desemprego está descontrolado, vindo o discurso da
Reengenharia, já voltou o discurso de “enxugar a máquina” e de “globalização”
com grandes coisas. O Brasil no marasmo, enquanto a China se dá ao desplante de
crescer 7% e ainda regula o crescimento, reduz para não ficar muito
fragilizada, não com medidas neoliberais, mas tirando cada vez mais, sua
população da vida rural, para dar mais qualidade em tudo, inclusive elevando o
nível intelectual, não para grupelhos, mas para todos.
E por
fim, vamos voltar a nos endividar frente ao FMI, Banco Mundial, essas agências
de fomento internacionais que acabam completamente com a soberania de qualquer
um e é aí que as forças reacionárias dirão que estavam certas em querer dar
golpe, em menos de 3 meses de assumir um governo.
Reclamaram
uma economia mais parecida a antigamente, então a Dilma colocou o seu Fraga. O
Levy é o Armínio da Dilma. O primeiro, capacho do Soros, o vigarista, ligado em
tudo, ao Bradesco, uma instituição financeira que se atuasse em um país
desenvolvido, seria extinta para o bem da nação, ou acabaria dando danos à
economia mundial como o Lehman Bros. Só que um Lehman subdesenvolvido que
cresce enganado correntistas e tirando dinheiro de quem sabem, não tem muito
conhecimento jurídico. Péssimo, apesar de muito superavitário.
-...-
Em suma,
acabou-se o que era doce. O PT, sem
reação, vai ser colocado para fora, por adotar os princípios do PSDB,
justamente o que esses golpistas demandavam, e se pode ter o primeiro
Presidente de um país, morto por overdose.
Ou quem sabe, nas próximas eleições, o que almejam, vejamos um brocha na cama,
querendo foder o país, como fodeu com os recursos hídricos de São Paulo.
E como sempre
digo, não é esperando que através do voto que se mude de verdade, pois os meios
de produção continuam nas mesmas mãos. Resta ao proletariado, deixar de crer
que pode ficar rico, como todo mundo, no Capitalismo. Como diz o Slavoj, hoje
se dividiu tanto o proletariado que ele luta entre si, sem saber que pertencem
à mesma classe.
O
Capitalismo é isso e só isso. Advêm as crises, eles os burgueses e seus bajuladores
se fazem de bonzinhos, dão vantagens, quando se tornam fortes de novo, voltam à
prática de tirar tudo do povo para uma minoria tosca, semianalfabeta, como
diria Bertolt Brecht, os ignorantes políticos.
Se
conseguirem dar mais um golpe alijam os perdedores para manter o
subdesenvolvimento, como meta para manter seus privilégios.
A reação
internacional, o nazifascismo que está tentando dirigir a partir da media, voltou com propostas esdrúxulas, com
medo de dar muito espaço à vanguarda com se fossem novidades e a Esquerda tem
se mantido na defensiva, desde quando os Cavaleiros do Após Calipso decretaram
o fim do Comunismo e 12 anos depois, o Capitalismo entrou em sua maior crise de
todos os tempos. O Capitalismo é que não resolve seus problemas intrínsecos de
gerar qualidade de vida para todos, acaba desviando o assunto criando “inimigos”
quando na verdade, são apenas parte do problema chamado Capitalismo.
“Fundamentalismo
mulçumano causa conflitos”. Não, o Capitalismo é que causa.
“Crise da
África é consequência da pobreza”. Pobreza gerada pelo Capitalismo.
“Mais de
32 milhões sem comida, sem acesso à água potável, sem acesso à infraestrutura
mínima, por causa do aquecimento global”. Não, tanto o aquecimento global,
quanto a crise ambiental e o acesso ao mínimo necessário são consequências do
Capitalismo.
Podem-se
dar soluções paliativas, mas nunca se vão resolver estes e outros problemas
estruturais se não mudarmos o sistema.
Mao Tsé
Tung já disse: “Tudo sob o céu é um caos total; a situação é excelente.”
Aqueles
que dizem não haver condições para a revolução, não percebem que a condição é
gerada pelo Capitalismo. Se esperarmos a vida inteira para atuarmos, vai durar
a vida inteira mantendo-se as desigualdades gritantes e uma inércia constante
para beneficiar gente que posa de bacana, mas é tosca, tanto quanto os Senhores
Escravagistas que mantinham os privilégios na Casa Grande, com a miséria da
maioria na Senzala em condições inumanas.
-...-
Na
verdade o discurso golpista trás consigo, de novo, o pensamento de que os
problemas são ocasionados pelos pobres.
Essa
gente atrasada aproveita para fazer crer que são eficazes cortando programas
sociais, como se fossem gastos, quando na verdade, estão perdidos, não sabem
realmente o que fazer.
Quanto
mais gastam na área social, mais aprofundam a crise por concentrarem renda, o
que já se mostrou venenoso para qualquer política econômica, aqui, ali, acolá,
alhures, ou algures. É o arcaico se pintando de novidade, sempre.
Alguns
exemplos de como essa falácia não condiz com a realidade, transcrevo za seguir.
Slavoj Zizeg,
em PRIMEIRO COMO FARSA, DEPOIS COMO TRAGÉDIA.
No fim de 2008, um grupo de pesquisadores sobre as
tendências das epidemias de tuberculose na Europa oriental na últimas décadas
divulgou seus principais resultados. Depois de analisar dados de mais de vinte
países, os pesquisadores de Cambridge e Yale encontraram uma correlação clara
entre os empréstimos concedidos pelo FMI a esses países e o aumento dos casos
de tuberculose, assim que os empréstimos eram suspensos, a epidemia regredia. A
explicação dessa correlação aparentemente estranha é simples: a condição para
conseguir empréstimos do FMI é que o Estado tomador tenha “disciplina
financeira”, isto é, reduza os gastos públicos; e a primeira vítima das medidas
para restabelecer a “saúde financeira” é a saúde, ou melhor, os gastos com a
saúde pública. Com isso abre-se espaço para que os filantropos ocidentais
lamentem as condições catastróficas do serviço de saúde nesses países e ofereçam
ajuda em forma de caridade.
[...]
Devemos generalizar a afirmação: apesar de sempre
reconhecermos a urgência dos problemas quando combatemos a aids, a fome, a
escassez de água, o aquecimento global etc.,sempre parece que temos tempo para
refletir, adiar decisões (a principal conclusão da última reunião de líderes
mundiais em Bali, aclamada como um sucesso, foi que haveria um novo encontro,
dali a dois anos para continuar as conversações...). Mas com a crise
financeira, a urgência da ação foi incondicional; quantidades de dinheiro em
magnitude inimagináveis tiveram de ser encontradas imediatamente. Salvar
espécies em perigo, salvar o planeta do aquecimento global, salvar os pacientes
com aids, salvar os que estão morrendo por falta de recursos para tratamentos
caros, salvar as crianças famintas... tudo isso pode esperar mais um pouquinho.
O chamado para “salvar os bancos” , ao contrário, é um imperativo incondicional
a que se deve responder com ação imediata.
E assim
se vai trocando o real sentido das coisas, com discursos enganadores e de
enganadores, colocando a culpa no que pode ser solução.
E os
nazifascistas que sempre estão se escondendo, falsos e sonsos, até se verem em
vantagem, são pródigos em desvirtuar a realidade.
Já no
MÍDIA PROPAGANDA
POLÍTICA E MANIPULAÇÃO, diz:
As pessoas não veem motivo para se envolver em
aventuras externas, mortes, torturas. Portanto, você tem de instigá-las. E para
instigá-las, é preciso amedrontá-las.
Foi o que
os veículos de comunicação no Brasil, após a derrota das propostas atrasadas,
fizeram. O terror, o medo e a estupidez, em forma de notícia. Daí advirem
discursos estúpidos, broncos, ultrapassados como salvação.
Voltou o
discurso da tortura, eu presenciei, brincadeira, ou falta de coragem para se
mostrar fascista, mas perigoso; voltou a discussão da diminuição da maioridade
penal, quando as notícias só mostram adolescentes cometendo crimes, quando na
realidade, menos de 1% da população jovem se envolve com a criminalidade, na
maioria das vezes, são as vítimas, menos de 30% de crianças e adolescentes que
sofrem punições, cumprem suas penas, voltam ao crime, mas faz bem ao discurso
fascista judaico-cristão mostrar que o mundo é um perigo, são há salvação na
vida posterior à morte; voltou a falácia do “enxugamento da máquina” para
combater a inflação; voltou a acusação de que distribuir riquezas, leva à
crises econômicas; enfim, o nazifascismo, as forças do anteontem que estavam
adormecidas, colocaram as garras de fora para evitar qualquer avanço.
Notícia
hoje, é a deturpação da realidade, para servir a interesses escusos de minorias
que desejam a volta do Brasil concentrador de rendas, um fosso enorme entre as
classes e uma miséria aviltante.
Para finalizar,
é bom transcrever Há- Joon Chang, no 23 COISAS QUE NÃO NOS CONTARAM SOBRE O
CAPITALISMO:
Do ponto de vista aritmético, é verdade que são os
pobres que puxam para baixo a receita global média do país. No entanto, os
ricos dos países pobres praticamente não se dão conta de que seu país é pobre
não por causa dos pobres, mas por causa deles, mesmos.
[...]
Em outras palavras, os pobres dos países pobres em
geral conseguem ficar à altura dos seus equivalentes nos países ricos. São os
ricos dos países pobres que não conseguem fazer isso. É a sua baixa produtividade
relativa que faz com que os seus países sejam pobres, de modo que o seu
diatribe costumeiro de que os seus países são pobres por causa dos pobres, é
totalmente inapropriado. Em vez de culpar os seus pobres por arrastar o país
para baixo, os ricos dos países pobres deveriam perguntar a si mesmos por que
eles não conseguem puxar para cima o resto do seu país, como fazem os ricos dos
países ricos.
Lide com
isso, com reuniões que antes de serem de líderes empresariais, são apenas uma
forma de lavagem cerebral, para manter estereótipos e a divisão entre Casa Grande
e Senzala.
Não
discutem como contribuir com o progresso, com uma política mais geral para
todos, ao invés de só pensarem em seus interesses.
Vide as
investigações da Polícia Federal que têm levado à cadeia,empresários que sempre
se valeram de negociatas, de negócios escusos, gente que só consegue ser “grande”
com esquemas fraudulentos. Tenta-se dar pouca importância para isso, colocando
todos os políticos, como imprestáveis, mas não se acusa o empresariado
nacional, com a mesma veemência.
É uma
minoria numérica, maioria política que tenta deixar de ser infeliz, o que é
intrínseco, sendo hedonista, tentando fugir da realidade com um Deus que não seguem,
com drogas que acabam corrompendo o caráter, ou com redes sociais virtuais, onde
continuam a acrescentar mais do que tolices, segregando, ou discriminando seus
iguais, minorias políticas, maioria numérica, por serem extremamente recalcados
e covardes, sempre enrustidos, inclusive em sua sexualidade.
O que
parece ser superior, é complexo, mas de inferioridade mascarado.
Ou curamos
esses recalcados, ou vão continuar a nos deixar sempre subdesenvolvidos e subservientes,
por não terem capacidade de assumir seu próprio país e sempre estarem seguindo
o que mandam de fora.
O mundo
está em crise? E muita. O Brasil está em crise? Estão querendo fazer, por uma
série de fatores que se juntaram, todos os atrasados juntos. Há solução? Sempre
existe, mas para sair desta crise internacional, só mudando o sistema vigente,
e para não entrarmos na mesma crise, é imperativo não permitir políticas
econômicas, neoliberais, o capital ser o centro das atenções, o fator econômico
se colocar à frente das necessidades sociais. E pelo que parece todas as
propostas econômicas atuais, são nesse sentido. Troca-se mandioca por
macaxeira, mexerica por tangerina, jurumum por abóbora, Armínio Fraga por
Joaquim Levy, mas na verdade a questão é que eles representam interesses de
poucos, privados e como todo estudante que passa nas universidades norte-americanas,
voltam pensando o mundo, a partir da visão estadunidense de hegemonia e de
privatizar tudo, para garantir os interesses de 1% de todo o mundo, mantidos
com muita demagogia.
1º
de maio de 2015 3:35 a.m.
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